segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MITOLOGIAS DO CÉU - O SOL (1)


Nunca se estabilizando, nunca permanecendo numa forma fixa, o Sol é um corpo gasoso. Lança permanentemente no espaço imensos jorros flamejantes, a milhares de quilômetros. É nesse sentido, como os filósofos védicos observaram, um símbolo do sacrifício cósmico. Priva-se do seu ser para iluminar os membros do seu sistema. Cada centímetro quadrado da Terra recebe dele 1,94 calorias/minuto.


Do ponto de vista terrestre, movimenta-se o Sol em direção do oriente, girando em torno do próprio eixo. Enquanto a Terra tem uma rotação axial completa a cada 24 horas, o Sol faz esse movimento com velocidade diferente, espalhando a sua energia em várias direções. É 1.300.000 vezes maior que a Terra, distando dela, em média, 150 milhões de km, distância que serviu de base para a fixação de uma medida chamada “unidade astronômica” (ua).


Em qualquer mapa astrológico, o Sol indica sempre as nossas motivações e necessidades mais profundas; é a força vital de que podemos dispor (ou não) com um sentimento de propósito consciente e de auto-expressão. Historicamente, o Sol é, com raras exceções, a divindade central no panteão de todos os povos. Fisicamente, lembremos, é a luz do Sol que vitaliza todos os demais planetas, pois sem suas radiações eletromagnéticas não haveria movimento, vida em lugar algum. Por isso, todas as posições planetárias devem ser interpretadas num mapa astrológico com relação ao Sol, onde ele estiver e como ele estiver, sem que seja jamais esquecida a sua “irmã” mais velha, a Lua, o astro que reflete as energias solares com muito mais intensidade do que qualquer outro e muito mais ainda se estiver em aspecto com ele.

A contemplação das regiões siderais sempre provocou no homem uma experiência religiosa. Por sua inacessibilidade, pelas ideias de perenidade e de infinitude que sugerem, as regiões celestes sempre pareceram pertencer a forças que ultrapassavam os limites humanos e inacessíveis ao seu entendimento. O Sol, simbolicamente, sempre foi o grande inimigo das forças do Mal. É por essa razão, por exemplo, que na história da feitiçaria raramente encontramos um feitiço que opere nas horas diurnas. Diante do Sol só vemos atitudes de respeito, de temor, de veneração, em todas as culturas. Fonte de vida, de luz e de calor, o Sol sempre apareceu associado na história das religiões aos grandes deuses de todos os panteões, sendo seu culto invariavelmente associado ao fogo.



SOL NO LAGO KUSHARO - HOKKAIDO - JAPÃO

Este respeito pelo Sol vem dos mais recuados tempos da história do homem e é encontrado em todas as tradições. Entre os antigos japoneses, por exemplo, as forças e os fenômenos da natureza eram venerados e personificados como Kami, isto é, seres superiores. Particularmente, celebrava-se o momento em que o Sol atingia seu nível mais baixo no céu, no solstício de inverno. Tal cerimônia era oficiada por mulheres xamãs e tinha por finalidade dar um novo impulso à força declinante do astro-rei.


CALENDÁRIO ASTECA

Muitos povos, como os egípcios e os astecas, nos deram completos e gloriosos cultos solares. Os incas, uma tribo do povo quíchua, da região peruana, usavam máscaras de ouro para representar o Sol. O soberano inca era considerado como um filho dele e venerado como ele. O Sol está presente também nas festas cristãs. Na Páscoa, por exemplo, se festeja a ressurreição do Sol. Esta festa, como sabemos, é a mais antiga do mundo cristão, celebrando-se através dela a volta de Cristo. O concílio de Niceia (325) a fixou no primeiro domingo seguinte ao plenilúnio que ocorra depois do equinóxio da primavera (21 de março). O rito pascal dos cristãos tem obviamente antecedentes que encontramos em várias tradições, como, por exemplo, no mundo celta. A deusa que se ligava a este acontecimento tinha o nome de Eastre, deusa da primavera e do renascimento da natureza. A Páscoa cristã usou a data celta. A deusa Eastre tinha por atributo o coelho, animal lunar, símbolo da fertilidade, origem da tradição dessa festa entre os cristãos. Easter, como sabemos, em inglês, é Páscoa, de onde temos easter-eggs, ovos de páscoa.


EASTRE

As crendices e encantamentos ligados ao Sol aparecem em todos os quadrantes da Terra. Apontar o Sol com o dedo indicador traz infelicidade. Diante dele, nenhum ato fisiológico deve ser praticado. Essa recomendação já estava registrada entre os antigos gregos (Hesíodo). Em muitos lugares do mundo, urinar diante do Sol pode ocasionar terçol ou cálculos renais. O leste, lugar de nascimento do Sol, deve receber sempre a nossa maior veneração. Muitos remédios, de base vegetal, devem ser preparados sempre nas horas solares.

DISCO SOLAR DOS ASTECAS

O leste é o lugar de nascimento do Sol e de Vênus como a estrela da manhã, ligando-se a direção a todas as ideias de vitalidade, de renascimento e ressurreição. Sua cor é o vermelho, sentido como agressivo, dotado de energia vital, poderoso, irradiante.


QUETZALCOATL

As divindades do leste eram, entre os antigos habitantes do México, Quetzalcoatl e Tlaloc. O primeiro é um deus-serpente, divindade pré-colombiana sucessivamente venerada pelos toltecas e astecas. Deus civilizador, era representado tanto como um velho mascarado e como uma serpente emplumada. O declínio da civilização tolteca e a migração desse povo em direção do sul, causadora do renascimento Maia, são interpretados miticamente como uma partida do deus. Aliás, toda a história destes povos pode ser considerada segundo esta ótica simbólica. Os astecas, quando os espanhóis desembarcaram no México, acreditaram no retorno de Quetzacoatl, o que parece explicar, em parte, a atitude de seu rei, Montezuma, e a sua inação diante dos invasores. Tlaloc era uma divindade das montanhas, das nascentes e da chuva. Nos seus domínios, Tlalocan, lugar dos eleitos, abundavam os alimentos.


TLALOC

As primeiras ideias religiosas da humanidade, como sabemos, se fixaram num casal primitivo, a Terra (fêmea) e o Céu (macho). Os agentes celestes que se ocupavam da função masculina eram os astros e, dentre eles, o mais importante, segundo os limites da compreensão humana, era o Sol, cuja ação se caracterizava sobretudo pelo seu poder de criador cósmico e pela sua soberania diante dos demais. A palavra deus, no mundo indo-ariano, foi formada a partir do radical div, retirada desse contexto, trazendo uma ideia de manifestação celeste luminosa, de brilho, de clarão, lembrando muito a ação solar. Daí saiu a palavra dyaus, que vai nos dar no grego Zeus e no latim Júpiter (Deus Pai).

ZEUS
Dyaus, nos Vedas, é uma divindade masculina, também chamada ocasionalmente de Dyaus-pitri, Deus-pai, sendo a mãe a Terra. Ambos geraram Ushas, a Aurora. Os hinos védicos não definiram quem nasceu antes. Textos posteriores, que tinham o caráter de revelação (Sataphata Brahmana), declaram que Prithivi, a Terra, Aditi, a Ampla, muito parecida com a Geia dos gregos, nascera antes.

Oriundos de tempos pré-históricos mais recuados, os cultos solares passaram a fazer parte de todas as religiões que o homem foi criando ao longo da sua trajetória, nelas ocupando um lugar de grande importância. Há vários estudos, como sabemos, consagrados ao estudo de divindades celestes, a solar em especial. O que fica claro, porém, quando nos aproximamos dessas monografias, é que os cultos solares só ganharam maior importância e consistência na chamada era de Áries, que se estendeu de mais ou menos 1800 aC a 500 dC, período em que passaram a ocupar um papel central nas chamadas religiões monoteístas. Isto aconteceu, conforme pesquisas históricas nô-lo comprovam, em todos os continentes, mas principalmente na Ásia, na Europa, no norte da África (Egito) e em alguns países das Américas.


FESTA DO SOL NO PERU

O que esses estudos e pesquisas nos mostram é que esse papel central do culto solar se firmou mais nas culturas que haviam atingido um consistente nível de organização política, inclusive em países das Américas como o Peru e o México, os mais “civilizados” segundo os estudiosos europeus. Além do mais, foram os cultos solares grandemente responsáveis pela “marcha da História” a partir de então. A relação entre a radiação solar, as religiões monoteístas e as aventuras colonialistas na era de Áries não podem ser ignoradas.

A palavra deus, relembremos, tem forte conotação solar. Todas as tribos arianas tinham uma divindade celeste luminosa. Não é por outra razão, aliás, que o Sol, em sânscrito, tem nomes como Divakara (o que faz o dia) e que seu carro é chamado de Divaratha (Diva, o Sol, mais ratha, carruagem). Também não é por acaso que a palavra sânscrita diti, tanto usada como verbo e substantivo, brilhar, arder, esplendor, beleza, compõe um dos nomes do Sol, Ditakirana, aquele que tem raios quentes. Integrando-se no latim, diti se transformou em dite, tomando o significado de rico, abundante, opulento. Contraída, Dite, entre os romanos aparece como Dis Pater, pai da opulência, uma espécie de Sol subterrâneo, um dos nomes de uma divindade muito semelhante ao Hades-Plutão grego.

Enquanto estas ideias se firmavam, parece não ter sido difícil aos homens das sociedades patriarcais de então estabelecer uma relação entre a sua vida e o papel astronômico e biológico que o Sol desempenhava. A experiência da hierofania solar fazia o homem perceber que na sua vida interior acontecia algo de semelhante. O despertar de sua vida consciente era um processo semelhante ao do aparecimento do Sol a cada manhã. Vida racional e iluminação solar acabaram por se equivaler. Tudo isto levou o homem das civilizações arcaicas a se valer de mitos, ritos e símbolos solares para criar o chamado “regime diurno do espírito”, por oposição ao “regime noturno do espírito”, este representado pela Lua e pelas divindades que lhe são tributárias. Os campos foram se definindo; de um lado, os seres supremos, de natureza uraniana, solares, masculinos, espirituais-racionais, fecundadores, ativos, incansáveis na sua atividade. De outro lado, os centros geradores terrestres que suportavam a ação celeste, ligados à água, à vegetação, femininos, passivos, irracionais, instintivos, lunares, noturnos, representados pelas grandes-mães e por seus desdobramentos, como as ninfas de todas as espécies.

É do antigo Egito, mais do que de qualquer outra civilização, talvez, que nos vem o melhor exemplo de uma religião baseada em cultos solares. Foi a partir da quinta dinastia (2494-2345 aC) que a cidade de Heliopólis e a sua principal divindade, o deus Ra, cresceram em importância na vida religiosa do Egito. Isto aconteceu devido, principalmente, a uma progressiva solarização de várias divindades (Cnum, deus carneiro; Min, deus solar, que os gregos associavam às vezes ao Pan grego; Amon, identificado pelos gregos como Zeus), cujas prerrogativas acabaram por ser absorvidas por Ra, o grande deus solar, inclusive Shu, deus da atmosfera, seu filho, divindade uraniana. A supremacia de Ra pode ser atribuída principalmente a dois fatores. De um lado, o esforço da classe sacerdotal no sentido de implantar uma teocracia extremamente centralizadora e de outro a grande receptividade (interesse) do poder faraônico no sentido de identificar a sua soberania à imagem solar.



RA

O nome Ra significa criador e como tal o deus era honrado. O centro irradiador de seu culto, como se disse, era Heliópolis, no delta do rio Nilo. Foi nesse local que o deus se manifestou pela primeira vez sobre uma pedra em forma de obelisco. Antes de sua manifestação, ensinavam os sacerdotes heliopolitanos, o deus, com o nome de Atum, repousava no seio de Nun, o oceano primordial. Dentro de um imenso lótus, Atum se mantinha quieto, imperturbável, seus olhos fechados, para que seu esplendor se mantivesse recolhido. Um dia, desejando dar fim à sua impersonalidade, resolveu, por um esforço de sua vontade, sair do abismo onde se encontrava e aparecer luminoso e radiante com o nome de Ra, formando seus descendentes a grande enéada divina de Heliópolis.


TEMPLO DE AMON - RA


O Livro das Pirâmides nos revela minuciosamente a sua existência divina e real, informando-nos que, depois de seu banho matinal e de ter tomado a sua primeira refeição, Ra, em companhia de seu escriba, Uneg, inspeciona as doze províncias de seu reino. Enquanto se manteve forte e vigoroso, Ra não teve problemas para reinar sobre os deuses e os humanos ou administrar os seus domínios. Ao envelhecer, porém, foi se tornando cada vez mais enfraquecido, assumindo uma aparência física cada vez menos esplendorosa, um pouco trôpego, a baba lhe escapando dos lábios às vezes, como nos informam os textos. Ísis, que dele descende, aproveitando-se de sua senilidade, obteve por artimanhas, enganando-o, o seu nome secreto, adquirindo dessa maneira o seu soberano poder criador. Tudo isto aconteceu num tempo em que os humanos também, ingratamente, chegaram a desrespeitá-lo e a atacá-lo.

Irritado, Ra convocou uma assembléia divina e, reunindo suas últimas forças, conseguiu vencer os revoltosos. Diante de tanta ingratidão, contudo, resolveu abandonar definitivamente o mundo terrestre pelo mundo celeste, onde permanece, levando uma existência perfeitamente regrada, caminhando sempre da mesma maneira ano após ano. Durante doze horas do dia ele percorre de oriente a ocidente o seu império, na sua imensa barca, evitando com grandes cuidados os ataques de Apophis, seu eterno inimigo, a grande serpente que vive no fundo do rio Nilo celeste. Apophis chega, em algumas ocasiões (eclipses), a engolir a sua barca, uma vitória nunca definitiva, pois Ra, auxiliado por seus defensores, consegue sempre superar seu inimigo. Durante as doze horas noturnas, os perigos que Ra tem que enfrentar são ainda maiores, mas ele consegue sempre se sair vitorioso.

Ra sempre foi representado de diversas maneiras. Uma delas, muito comum, o faz corresponder a uma criança, a um adulto e a um velho nos três grandes momentos do dia, nascente, meio-dia e poente, para morrer à medida que a noite avança. A partir da meia-noite, ele recomeça a nascer. Outra imagem muito comum de Ra era a de apresentá-lo como uma criança real a repousar sobre um lótus. Em muitas regiões, Ra era um homem sentado ou de pé, andando, com a cabeça aureolada por um disco solar, no qual estava pousado um “uraeus”, imagem da cabeça da deusa-abutre Nekhebit e/ou da deusa-serpente Vatchit (ou Vadji, a naja), a primeira do Alto-Egito e a segunda do Baixo-Egito. As duas eram geralmente dispostas em tiaras, uma à frente da outra, para simbolizar o poder exercido sobre os dois reinos unidos. Muito difundida também era a representação de Ra com uma cabeça de carneiro, com o nome de Efu Ra, forma na qual se encarnava o Sol morto durante a sua viagem noturna. A imagem heliopolitana de Ra, que prevaleceu por todo o Egito, era a de uma figura humana com uma cabeça falcão, Ra Harakhtes. O número das representações do deus era, ao que parece, bem superior a sete dezenas. Reconhecido universalmente como o maior dos deuses, criador e mestre do mundo, Ra sempre foi particularmente reverenciado por todos os faraós, que se proclamavam como seus filhos.



RA HARAKHTES

No Livro Egípcio dos Mortos encontramos este hino (trecho) ao deus Rá, no qual se celebra o nascimento do Sol: “Que homenagens sejam rendidas a ti, que és Ra quando nasces e Temu quando te pões. Teu nascimento, teu brilho, tu és o rei coroado do ano. Tu és o Senhor dos céus, o Senhor da Terra, o Criador dos deuses estelares nos céus. Tu és o Senhor que virou ser no começo dos tempos. Tu criaste a Terra, modelaste o homem e fizeste os abismos de água do céu e deste vida a tudo o que existe.”

Evidentemente, como astro diurno, o Sol, desde sempre, foi considerado como a mais importante presença celeste. Além da egípcia, muitas outras religiões o associaram à ideia de divindade porque, além de outras funções, é o grande destruidor das trevas, da obscuridade, da ignorância. Foi por essa e outras razões que o culto solar de Amon-Ra, durante o reino do faraó Amenofi IV (1365-1348 aC), mais conhecido como Akhnaton, se transformou num sistema monoteísta.

Sabemos que com a retirada de Ra para os céus, o culto de Osíris-Isis veio para um primeiro plano na vida religiosa do Egito. Osíris (aquele que está sentado no trono) foi identificado originalmente como uma divindade que ativava as forças vegetais, associado ao regime das cheias do rio Nilo. Para entender melhor esta substituição é preciso saber que os egípcios sempre atribuíram muita importância ao nascimento heliacal de qualquer estrela, ou seja, à estrela que aparecia no céu um pouco antes do surgimento do Sol, representada, nesta condição, pelo deus-menino Hórus, conduzido por Isis nos seus braços. A estrela a que nos referimos adquiria grande importância, pois misturava a sua energia à do Sol. Ao meio-dia, o Sol não mais era visto como o deus infante, mas, sim, como Hórus adulto, isto é, um futuro Ra. Ao crepúsculo, ele se tornava Osíris, o deus do mundo subterrâneo.



OSÍRIS

A importância dos eixos equinociais e solsticiais foi estabelecida pelos egípcios mais ou menos entre 6000 e 4000 aC, período em que, como vários estudos comprovaram, a agricultura começou a se desenvolver bastante no Egito, no vale do Nilo. A estrela (constelação) que nascia com o Sol por essa época era Orion, associada por isso, por milênios, ao equinócio da primavera, nascimento ligado às enchentes do referido rio. Conforme está comprovado também, a última vez que a constelação de Orion-Osíris apareceu no equinócio da primavera foi por volta de 6700 aC. Do mesmo modo, Ísis, através da estrela Sothis (Sireius para os gregos), foi associada à constelação do Cão Maior. Os egípcios conheceram assim Osíris pela sua ligação com o Sol e Orion, o que levou todos os faraós a se considerarem como a encarnação destes astros. Entretanto, com o passar dos séculos, devido aos efeitos da precessão dos equinócios, Orion-Osíris começou a “descer” cada vez mais nos céus, perdendo assim a primeira a condição de constelação heliacal anunciadora do equinócio da primavera. Os egípcios interpretaram o progressivo desaparecimento de Orion como uma “descida” do deus ao mundo subterrâneo. Isto aconteceu, como se disse, por volta de 6000 aC. Esta “descida” de Osíris significou consequentemente para os egípcios que Hórus, seu filho, deveria assumir o trono deixado pelo pai, agora transformado em divindade suprema do mundo dos mortos. A descida de Osíris ao mundo das sombras fez com que a teologia heliopolitana o considerasse ao mesmo tempo como uma divindade solar e funerária.