sexta-feira, 7 de setembro de 2012

GRÉCIA ANTIGA - A VIDA E A MORTE - COSTUMES FUNERÁRIOS



De um modo geral, a velhice na antiga Grécia não era algo trágico, socialmente temível. O velho, desde que saudável de corpo e mente, poderia continuar na ativa, pois não havia limite de idade para a sua retirada da vida social nem aposentadoria. Os filhos, sob pena de multa, de degradação cívica ou mesmo de prisão, eram obrigados a cuidar dos pais e a zelar por sua subsistência, se doentes ou inválidos. Mas envelhecer, é bom lembrar, segundo os filósofos era secar, ir perdendo a seiva, o verdor. O seco, como se sabe, é um “inimigo” da vida, sempre dificultando ou inibindo os processos metabólicos, as trocas, fundamentais para qualquer forma de existência. 

Os mortos eram, para os antigos gregos, os dissecados, em qualquer circunstância. Daí, o temor que Geras, a Velhice, provocava. Triste divindade, filha de Nix e do Érebo, vivia no Hades, mais exatamente no chamado Bosque de Perséfone, território preambular do inferno grego. Geras era representada sob a figura de uma mulher muito velha, coberta com uma túnica negra. Na mão direita levava uma taça, na esquerda um bastão, no qual se apoiava. Sempre ao seu lado, uma clepsidra, quase esgotada. Noutras vezes era alegorizada simplesmente por um rosto de mulher velha ou por bastões, cajados.
 
 No período pré-helênico (antes de 2000 aC), em certas épocas, os mortos eram enterrados no subsolo das casas. Já no período helênico fixou-se o costume, transformado em lei, de enterrá-los fora das muralhas das cidades. Registre-se que esta proibição era radical quanto a Delos, sede do grande oráculo do deus Apolo, não se permitindo que nenhum morto fosse enterrado em seu território. Os mortos eram levados para as ilhas vizinhas e lá inumados. As cidades gregas possuíam muitas necrópoles (nekros, cadáver, mais polis, cidade; literalmente, cidade dos mortos). Eufemisticamente, as necrópoles passaram a ser designadas pelo nome de koimeterion, cemitério, lugar onde os mortos dormem.

A morte tinha um nome, Thanatos, que invariavelmente aparecia ligado ao seu irmão gêmeo, Hipnos, deus do sono, ambos filhos de Nix, a Noite, e irmãos de Geras, portanto. É da relação entre Thanatos e Hipnos que nasce a palavra grega koimeterion, dormitório, lugar onde os mortos “dormem”, acima mencionada. A função de Thanatos não era propriamente a de matar, mas a de receber o que morria, acolhê-lo. Muitas vezes, Thanatos passava por um libertador, sendo até desejado, quando libertava os vivos dos grandes tormentos que os afligiam. Ademais, Thanatos simbolizava não só o aspecto perecível da vida, a impermanência da existência, como a revelação de algo que viria a seguir. Não significava propriamente nada de monstruoso, de horrível, mas possibilitava o acesso, através dos adequados ritos funerários, a novas formas de existência que lembravam ideias de recomeço ou de evolução.  

A morte no mito, no que tinha de aterrorizante, era sempre feminina, já que decretada pelas Moiras, as Fiandeiras, também filhas de Nix, deflagradoras de um processo do qual participavam dolorosamente entidades como as Keres, as Górgonas ou as Harpias. Entenda-se: numa sociedade profundamente machista como a grega, a morte dolorosa só poderia acontecer pela via feminina, segundo as eternas leis universais do gênero e das polaridades, presentes no mundo material e na vida psíquica. Por isso, são figuras femininas no mito grego que atacam o masculino, a sua incontinência, a sua descomunal hybris, o seu desmedido orgulho. O fim por elas decretado estava sempre ligado a uma relação de causa e efeito. Era o tipo de vida escolhido que determinava, por exemplo,  o modo pelo qual as Keres (vide a morte de Aquiles) iriam atuar. A Medusa matava petrificando, prendendo aquele que não sabia dialogar com o seu lado feminino a comportamentos culposos dos quais não saberia se livrar ou liquidando-o como as Harpias porque arrebatados por compulsivas e destrutivas maneiras de ser.


MEDUSA
Quem atacava também o masculino, para testar-lhe muitas vezes a firmeza, anulando-lhe a vontade, eram as sedutoras Sereias ou as raptoras Ninfas,  E tudo isto sem falar daquelas divindades que viviam sob o manto de Ananke, como Nêmesis ou as Erínias, perseguidoras implacáveis do masculino tomado pela arrogância ou quando a justiça deixava de ser equânime (equilíbrio entre o masculino e feminino)


Nos costumes funerários gregos, após o séc. XII aC, fixaram-se duas formas de se dar um destino final ao corpo: a inumação e a cremação. Com o desenvolvimento das cidades, ocorreu a separação entre o local da habitação e o terreno destinado às sepulturas. Ou seja, o morto não poderia mais ficar perto dos vivos, teria que ser levado para longe, para fora dos muros da cidade. As sepulturas foram aparecendo então ao longo das estradas principais. O cemitério de Atenas, conhecido por Cerâmico, perto do bairro onde trabalhavam os oleiros, é um exemplo, embora algumas honrosas exceções fossem registradas, caso de pessoas gradas enterradas nos mercados ou junto de templos.  

CERÂMICO
Quando a morte chegava para qualquer pessoa, a família, segundo os costumes tradicionais, colocava diante da casa um grande recipiente, um vaso, com água para que os visitantes pudessem se purificar ao sair. Obrigavam-se os familiares a realizar escrupulosamente as cerimônias rituais dos funerais, segundo um drama em cinco atos:
1) toalete fúnebre (lavagem do cadáver com óleos perfumados, seu envolvimento com faixas e uma mortalha, o rosto descoberto). Fechados os olhos do morto, uma moeda era colocada entre os seus dentes, para que a alma pagasse o seu direito de ingresso no Hades, pelo cruzamento do rio Aqueronte, a Caronte, o barqueiro.


CARONTE

2) exposição do morto (prothesis) sobre um leito cerimonial, durante do dia, no vestíbulo da casa, tudo em meio a muitos gritos e gestos rituais de lamentações; os homens demonstravam a sua dor, estendendo seus braços para a frente e para o alto; as mulheres levavam as mãos aos cabelos, desgrenhando-se; a lei sempre procurou suprimir estas demonstrações que normalmente incorporavam lamentos, vestes rasgadas, batidas de pés, vociferações, crises histéricas. Só era admitida a presença das mulheres que estavam impuras, isto é, as mais próximas do defunto, a mãe, a esposa, as filhas, as irmãs; além destas, um máximo de cinco mulheres e de duas donzelas que pertencessem à família até o grau de filhas de primos diretos.
Toda a casa onde havia um morto entrava num estado de anormalidade. Um sinal disto, aliás, já estava no grande vaso cheio de água acima mencionado. A prothesis durava um dia inteiro. As famílias nobres usavam um carro para o transporte do morto, especialmente preparado. No caso de cremação, a fogueira era feita junto do local fúnebre, ficando o recolhimento dos ossos sob a responsabilidade do parente mais próximo, um filho geralmente.
O morto era presenteado com oferendas, que se tornavam sua “propriedade”. Estas oferendas tinham a finalidade de refletir os seus hábitos e o seu status social. Os vivos procuravam com isso demonstrar que não se apoderariam das posses do falecido. De caráter simbólico, estas oferendas foram aos pouco sendo substituídas por formas miniaturizadas, sem utilidade prática alguma. Os homens recebiam facas, armas, instrumentos profissionais. As mulheres, as da aristocracia, recebiam simbolicamente jóias, e roupas. O mais comum, porém, eram fusos, símbolos de mulheres virtuosas. No geral, era muito usado o costume das libações para que a ligação com o morto fosse mantida.
Todos os que entravam na sala da prothesis deviam vestir luto, nas cores preto, cinza ou branco, e tendo seus cabelos cortados. Carpidores profissionais, principalmente mulheres, podiam ser contratados para que, com a sua contribuição, fosse aumentada a energia da memória, lembrança do morto, além evidentemente de impedir que participantes da cerimônia pegassem no sono. Para o grego, a memória, atuando através de Pothos, o deus da saudade, mantinha o morto “vivo”; enquanto houvesse memória haveria vida. Havia restrições ao luxo, sendo usados sempre muitos leques e ventarolas para espantar as moscas. No mito, temos um exemplo: Aquiles, quando do funeral de seu amigo Pátroclo, obrigou os troianos capturados a carpir o amigo. As leis sempre procuraram organizar as cerimônias fúnebres segundo três princípios: decência, higiene e economia, chegando inclusive a definir a quantidade e o preço dos objetos a serem utilizados e estabelecendo a preferência da cor marrom para o luto.
 
AQUILES E PÁTROCLO

3) no dia seguinte, antes da alba, para que o sepultamento ocorresse antes dos primeiros raios do Sol, que não podia ser manchado pela morte, fazia-se o transporte do corpo (ekphora) para a necrópole sobre um carro ou maca, em cortejo de parentes, familiares e amigos, vestidos com roupas escuras, salmodiando um threnos, com acompanhamento de aulo, em alternância com os soluços das carpideiras. No cortejo dos assassinados, uma lança era carregada como sinal de vingança.
4) inumação em um caixão de madeira (cedro no caso de famílias ricas), que se depositava em um túmulo, que podia ser subterrâneo, aéreo (superficial) ou rupestre (cavernas ou grutas). Em muitos casos, ocorria a incineração do corpo em fogueiras, sendo os ossos e as cinzas recolhidos em uma urna de metal ou vaso de argila, inumados mais tarde.
5) banquete fúnebre uma vez terminadas as exéquias (palavra que quer dizer acompanhar, seguir até o fim), na casa de um parente próximo do morto, pois o domicílio deste último, até que ritualmente purificado, estava maculado pela morte. Os gregos davam o nome de nekyia a qualquer sacrifício para a evocação dos mortos.
Na tumba do morto eram colocados móveis e utensílios que poderiam ser úteis na vida do Além, costume certamente herdado do Egito. O luxo e o exibicionismo iam sendo coibidos aos poucos. Sobre o túmulo erguia-se normalmente uma simples estela (coluna ou placa de pedra em que se faziam inscrições; monumento monolítico vertical) ou se colocava um vaso de mármore (lécito ou lutrófora) nos quais se inscrevia o nome do desaparecido, acompanhado às vezes de uma saudação, de um epitáfio (epi, por cima, mais taphos, túmulo) ou de um relevo representativo, em geral de uma cena de dekstosis (aperto de mão entre dois personagens, o morto e um sobrevivente).
Embora Solon já houvesse tentado coibir os excessos nos funerais,
DEMÉTRIO FALERO
especialmente as demonstrações de riqueza e as cenas de dor muito violentas, no século IV aC, no fim do período clássico da história Grega, os monumentos funerários das famílias ricas de Atenas eram tão suntuosos que Demétrio Falero promulgou em 317 uma lei para regulamentar a construção de sepulturas. Em Esparta, as exéquias eram mais simples e rápidas. A duração do luto fechado era geralmente limitada a onze dias. Na fachada das tumbas rupestres, colocava-se em um nicho, um busto funerário de mármore, no mais da vezes, anicônico (sem rosto).

                                                    De um modo geral, o culto aos mortos  ocupava um lugar muito importante 
na vida social grega. As homenagens prestadas aos mortos eram renovadas no terceiro, no nono e no trigésimo dias após os funerais e, depois, nos aniversários do falecimento. Levava-se um repasto fúnebre e se faziam libações diante dos túmulos. Se houvesse tempo, o túmulo do ente querido era visitado várias vezes; havia música (flautas e liras), renovavam-se as coroas de flores e fitas. Lembre-se que para um grego antigo era absolutamente obrigatório dar sepultura a um morto. Considerava-se não apenas ímpio, mas muito perigoso deixar os mortos sem honras fúnebres, pois as almas errantes se transformariam em entidades que voltariam para perturbar os vivos.            
Os soldados mortos pela pátria tinham direito a uma cerimônia fúnebre especial, conforme a descreve o historiador Tucídedes, no século V aC. Antes da inumação dos militares, os corpos eram expostos em tendas. Depois, em caixões de cipreste, árvore funerária, os despojos eram colocados de acordo com as tribos a que pertencia o morto. Os restos mortais eram depositados num monumento levantado pelo poder público, no bairro mais importante da cidade. Após a inumação, um cidadão designado pelo governo, em função dos seus dotes intelectuais e prestígio, fazia o elogio do morto.

Chamavam os gregos de cenotáfio (literalmente, túmulo vazio) o túmulo ou monumento fúnebre levantado em memória de alguém
COLOSSO DE RODES
cujo corpo não jazia ali sepultado. O morto era representado muitas vezes por um kolossos, uma estátua com forma humana, estatueta de argila ou madeira, que representava o ausente em um ritual. Posteriormente, a palavra kolossos foi usada para designar estátuas de grande porte, especialmente a que representava o deus Apolo em Rodes, conhecida como o Colosso de Rodes.

Os costumes funerários variaram conforme as épocas. Nos poemas homéricos, a praxe era a cremação. Na época clássica, o sepultamento era comum e a cremação só ocorria em casos excepcionais. Em Atenas, como se disse, a necrópole oficial era chamada de Cerâmico, de onde partia a estrada em direção do Santuário de Elêusis. O Cerâmico era um demo na periferia de Atenas. Uma parte desse demo se situava dentro das muralhas da cidade e oferecia um grande espaço onde se realizavam reuniões. O cemitério ficava na parte externa, fora dos muros, perto da porta chamada Dipylon (esta palavra, em grego, significa tudo o que é duplo, como o corpo e a alma, tudo que é dividido por dois; por esse nome designavam-se também as pinças do escorpião).


RUÍNAS DO DIPYLON

De um modo geral, a morte masculina era pública, viril, isto é, os homens morriam em atividade cívica ou na guerra; as mulheres morriam sempre anonimamente. O grande ornamento das mulheres era o silêncio e a sua maior realização era a de levar uma vida exemplar de esposa e de mãe ao lado do seu esposo, o homem-cidadão, o aristocrata. A esposa do cidadão vivia no recesso do lar, para o oikos, junto da lareira, sempre provedora, com os filhos e os serviçais da casa. A glória (kleos) do homem, sempre um aristocrata, era viva, proclamada, a da mulher era silenciosa, recatada. Morto o marido, restava a ela não dar motivos para que falassem dela, seja censurando-a ou elogiando-a. A maior glória da mulher era não ter glória nenhuma. Desprovida de andreia, coragem, a mulher só poderia se realizar pelo casamento e pela maternidade.
                                                                    Fora dessa condição, as
ANTÍGONA
mulheres se realizavam como concubinas (poucas, belas, às vezes ricas, para os prazeres da carne) ou, em casos especialíssimos, como cortesãs (muito cultas, independentes, ricas e famosas, com intensa vida social nos seus domínios, nos quais recebiam a elite da inteligência, do dinheiro e da política). Só na tragédia, com Eurípedes, quando a vida gloriosa de Atenas ia chegando ao seu fim, a mulher assumiria a sua morte, em muitos casos o suicídio como solução (Antígona, Fedra etc.). A única que escapa das pressões desse contexto é Medeia, que, ao invés de se matar, mata seus filhos, a noiva de seu ex-marido e seu pai.


Uma outra palavra para designar o cerimonial da morte é exéquias (cuidar, honrar, inquietar-se). Pelo seu aspecto ritual, sempre um convite ao envolvimento da comunidade como um todo. O corpo ia para uma outra jurisdição, havia que se “despachá-lo” adequadamente, cumpridas todas as formalidades do longo percurso, as suas diversas fases bem nítidas. A morte era um miasma, uma contaminação. O problema, no fundo, não era a morte em si, mas o de se observar o sepultamento ritual, já que a grande desgraça para alguém era morrer e ficar o seu corpo insepulto. Com a morte, nos tempos primitivos, o patrimônio deixado pelo morto passava integralmente ao filho mais velho, encarregado de dar continuidade ao culto doméstico depois da morte do pai.
Aos poucos, mudando os costumes, as leis de sucessão foram sendo alteradas. A fortuna passou a ser dividida entre os herdeiros do mesmo grau, mantendo-se algumas vantagens para o filho mais velho (a casa paterna ia para ele). Em Atenas, as disposições testamentárias eram comuns nos tempos de Sólon. Certas regras especiais sucessórias eram aplicadas no caso da filha única, a epiclera, assim chamada porque, sem ser herdeira, participava da herança. Se a filha epiclera fosse casada, seus filhos eram considerados filhos do avô materno e recebiam a herança. Se não fosse casada, o pai adotava como filho herdeiro o futuro genro. Caso não houvesse testamento, a sucessão passava ao parente mais próximo, que devia casar-se com a filha do falecido. Teoricamente, se esse herdeiro já fosse casado e se a filha epiclera não tivesse filhos, ambos deveriam se divorciar. Na prática, o herdeiro era simplesmente obrigado a adotar a moça como filha.
Cuidar do túmulo era, como se viu, obrigação dos descendentes. No 30º dia da morte, uma refeição conjunta dos familiares encerrava o luto. Depois, a homenagem aos mortos era feita quando das festividades populares com as quais a cidade a cada ano os homenageava coletivamente. O dia dos mortos chamava-se Nekysia e na Genesia, outra festa relacionada com os mortos, os filhos lembravam-se dos pais falecidos. Papas de cevada, leite, mel, vinho no mais das vezes, e sangue de animais sacrificados eram oferecidos aos mortos, dando-se a estas oferendas o nome de derrames. Quando as libações se entranhavam na terra, era estabelecido contacto com os mortos, entoando-se preces. 

                                                                                 No caso de libações com
TIRÉSIAS
água, tínhamos o chamado “banho dos mortos”. Muitas vezes, quando havia o intuito de “alimentá-los”, os contactos eram feitos através de perfurações da superfície da terra. Uma famosa cerimônia de invocação está na Odisseia (canto XI), quando Ulisses, orientado por Circe, evocou o eidolon do vidente Tirésias, para que ele lhe desse informações de como voltar a Ítaca. Ulisses abriu um fosso e sobre ele fez as libações e os sacrifícios rituais. Homero nos diz que o sangue negro corria e logo as almas dos mortos, subindo do Hades, se juntaram.
O culto dos mortos entre os gregos lembra um pouco o do antigo Egito. O morto estava presente e ativo na sepultura, interferindo bastante na vida dos vivos. Eles bebiam líquidos derramados, comiam papas, eram convidados a participar de refeições; o sangue dos sacrifícios e o vinho eram, ao que parece, o que havia de melhor para reanimá-los. Como retribuição, os mortos deviam enviar o “bem” à superfície. Há muitas histórias sobre certos mortos que, por não terem sido despachados na forma ritual, não entraram no Hades; outros ficaram a errar em torno de seus túmulos, não encontrando jamais sossego, ameaçando inclusive os que passavam por perto. A ira dos mortos era temida e muitos cuidados deveriam ser tomados para atenuá-la; os vivos precisavam lembrar-se sempre deles, através de oferendas constantes, mantendo-os de “bom humor”.