quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

PEIXES (1)

                  
CONSTELAÇÃO    DE   PEIXES

O peixe, em todas as tradições, sempre foi considerado como um símbolo da água. Seu corpo não se compõe de partes distintas, é um todo no qual tudo se une, ao contrário do ser humano e da maior parte de outros animais. Por essa razão, como a água, o peixe sempre foi visto como um símbolo da indiferenciação, uma totalidade indistinta. 

TALES
Já em virtude de sua excepcional prolificidade e da grande abundância de suas ovas, o peixe e a água se unem simbolicamente na medida em que têm relação com ideias de origem, de lugar de nascimento e de fecundidade.  O primeiro filósofo da primeira escola da filosofia grega, surgida na Jônia, séc. VII aC., Tales, considerava a água como o princípio de todas as coisas. Para ele, a água era


o que não tinha princípio, sendo uma força animada, ativa, dela tudo derivando. A multiplicidade das coisas, para ele, tinha sua profunda unidade neste princípio, animado e animador, eterno.  Anaximandro, outro filósofo grego desse período, registrou que alguns povos da Ásia Menor proibiam o consumo da carne de peixe, já que ele era considerado um ancestral da raça humana.

TIRÉSIAS
Oportuno também é lembrar que os peixes, em muitas culturas, sempre apareceram associados à sabedoria e à adivinhação. O mais famoso dos videntes gregos, o cego Tirésias, recorria muito à prática da ictiomancia, uma forma de adivinhação baseada no movimento dos peixes dentro da água. Famosos, no mundo grego, eram os peixes de um enorme tanque que havia no santuário de Apolo,
DELFOS
em Delfos, deus da mântica profética; segundo se afirmava, eles tinham o dom da profecia. Apuleio, “aquele que queria descobrir o segredo de todas as coisas”, do séc. II dC, escritor neoplatônico latino, dentre outras acusações que lhe foram feitas, estava a de ter consultado os peixes de Apolo para obter informações que o ajudassem a ficar com o dinheiro de uma rica viúva que com ele se engraçara.

Por viver no elemento líquido, símbolo do inconsciente, sempre se propagou desde a antiguidade,  que os peixes davam corpo aos conteúdos “vivos” das camadas mais profundas da personalidade do homem, conteúdos estes associados à ideia de fecundidade e de forças vitais interiores. É por isso que nos sonhos o peixe é também visto como um intermediário entre as camadas profundas do psiquismo e um aspecto do inconsciente tornado acessível. Os grandes peixes, como a baleia, podem ser vistos, nesta perspectiva, por outro lado, como possibilidade de risco de devoração das forças conscientes pelas energias profundamente introjetadas no inconsciente.

PIA  BATISMAL
O simbolismo do peixe é inseparável do da água, evocando a ideia de renascimento como um acontecimento cósmico (renovação anual da natureza, fim do inverno, início da primavera), cuja simbologia, por isso, foi estendida à vida religiosa e psicológica. Associado ao renascimento, o peixe é nas religiões um símbolo do batismo (palavra que, em grego, traduz uma ideia de mergulho). É por essa razão que os primeiros cristãos atribuíam às virtudes das águas das pias batismais à ação invisível de Cristo, fazendo-se do peixe, habitante das águas, o símbolo deste sacramento. Fizeram os primeiros cristãos também do peixe, gravando sua imagem nas pedras, o símbolo do Salvador oferecendo-se como alimento aos seus fiéis.


VARUNA
Na Índia, o peixe é montaria do deus Varuna, aquele que tudo envolve, deus das vastidões do céu noturno e dos oceanos. Varuna monta monstros marinhos como Makara, um claro indício de que seu poder se estende a todas as formas e estruturas. Makara, como monstro marinho, uma espécie de crocodilo, símbolo do signo de Capricórnio, simboliza a ambição, representada aqui pela voracidade da sua mordida. Predador, Makara é anfíbio, sendo monstro em dois elementos, na água e
MAKARA
na terra. Apesar de todo o seu poder, Makara tem que se submeter a Vishnu; é a  montaria (vahana) deste deus. Vishnu, como encarnação da própria lei divina (2ª pessoa da trindade hinduísta), nos lembra que tudo o que toma forma, por mais resistente que seja, está destinado, cedo ou tarde, à dissolução. Varuna é particularmente venerado no período das secas; usa uma armadura dourada e leva nas mãos uma rede, símbolo dos pescadores, no que se parece muito com o Poseidon dos gregos.


PEIXES ,  ILUSTRAÇÃO  INDIANA 

Na astrologia hindu, Mina (peixe, em sânscrito) é o nome do signo, cosmologicamente relacionado com o akasha (éter para os gregos), o quinto elemento na filosofia hindu. No início da criação só existe o akasha, a existência onipresente que tudo impregna. No início da criação só existe ele, ao final só ele também, o que nos lembra muito o signo zodiacal de Peixes, ao mesmo tempo fim do inverno e início da primavera. Tudo que tem uma forma, tudo que é produto de uma combinação provém dele, do éter, a substância indiferenciada. É o akasha que se torna ar, que se transforma em líquido, que se torna fogo e terra. O akasha e os outros quatro elementos que são formados a partir dele constituem os chamados mahabhutas, os cinco elementos. É o akasha que se torna Sol, planetas, estrelas, que se torna corpo humano, animal, vegetal, mineral, que se torna tudo que tem uma forma, perceptível ou não. No início da criação só existe ele; ao fim dos ciclos dos sólidos, líquidos e gases tudo volta a ele.

ÁGUAS   PRIMORDIAIS
Não será preciso muito esforço para perceber uma analogia entre o signo de Peixes e a imagem das águas primordiais como as encontramos em várias tradições míticas e religiosas. Nessas tradições, a egípcia e a hinduísta, por exemplo, o nascimento da vida e da terra era concebido como uma emersão que ocorria no elemento líquido, uma imagem muito rica nelas. A vida nascente, para os egípcios,  era representada por montículos de terra que afloravam à superfície das águas quando da vazante do rio Nilo. Os hindus nos falavam do aparecimento do lótus  como um símbolo da primeira manifestação de vida sobre a superfície das águas. 

Os hindus sempre associaram o peixe às renovações cíclicas. Foi por essa razão que o primeiro avatar do deus Vishnu, 2ª pessoa da trindade hinduísta, é Matsya, o peixe, que veio para salvar Manu, o homem mítico, do dilúvio. Manu é o progenitor da raça humana do presente ciclo (manvantara).  Foram o
MATSYA   E   MANU
s hindus, ao que parece, os primeiros a associar a imagem do peixe à ideia da salvação, pois segundo os Vedas, foi Matsya quem revelou também a Manu a ciência sagrada dos Vedas. Uma ideia semelhante à que aparece no cristianismo, onde Cristo é representado muitas vezes como um pescador, sendo os cristãos, os peixes, salvos da imensidão oceânica, e depois mergulhados nas águas santificadas do batismo, agora o seu elemento natural e instrumento de sua regeneração. A mesma ideia aparece, ainda no Budismo, quando o boddhisttava Avalokiteshvara diz ter obtido a revelação do Yoga depois de ter se transformado num peixe. 


TOHU-BOHU , C.1645
( ANTOINE SOMMAVILLE )
O signo de Peixes, como se sabe, situado antes do equinócio da primavera, é um signo mutável, lembrando características de inconsistência, de extrema receptividade, de dissolução, uma massa movente e anônima, onde tudo aparece misturado e nada tem forma. É neste sentido que o signo sempre apareceu associado às catástrofes renovadoras que ciclicamente trazem a renovação da vida. Estas catástrofes aparecem em todas as tradições. Dentre as mais notáveis temos o Apocalipse (tradição cristã), o Tohu-Bohu, o Dilúvio e o Dia do Juízo (tradição judaica), Ragnarok (tradição escandinavo-germânica), Saltstraumen (tradição escandinava), Pralaya (tradição hinduísta) etc.


JUÍZO  FINAL , C. 1435  ( STEFAN  LOCHMER )

O Apocalipse, palavra grega, quer dizer revelação, ou seja, ação inversa (apo) de esconder ou velar (kalyptein). Exegetas cristãos e protestantes atribuem sua autoria a João, o mesmo autor do Evangelho Segundo João. Ele teria recebido a mensagem divina quando, conforme narrou, numa gruta da ilha de Patmos, arrebatado em espírito, ouviu do Senhor as espantosas revelações sobre o final dos tempos (Juízo Final), interpretadas de diversas maneiras por vários segmentos cristãos. A humanidade seria dividida entre santos (aqueles que aceitaram Jesus Cristo como Messias) e pecadores, que se negaram a aceitá-lo. O Juízo Final trará o Céu para os santos e o Inferno para os pecadores. Satanás e seus anjos (demônios) seriam então lançados ao fogo. Algumas tradições
MAÇONARIA
esotéricas e místicas como a Gnose, o Rosacrucianismo e a Maçonaria trabalham com a ideia de que o Apocalipse deve ser considerado segundo a sua linguagem simbólica, apontando o seu texto para processos de transformação pelos quais os homens devem passar para atingir a plenitude do seu ser e a união com o divino. Na Maçonaria, há graus de transmissão do conhecimento desse simbolismo, de modo especial os graus 17 (graus capitulares – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente), 19 (graus filosóficos – Grande Pontífice ou Sublime Escocês) e 22 (graus filosóficos – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano).

O Tohu-Bohu (inculto e deserto, em hebraico, numa tradução, e desordem e vazio, noutra), segundo o Gênese, seria o estado caótico primordial da Terra quando ela estava deserta e vazia. Estes termos são encontrados em Jeremias e Isaías, em ambos significando destruição e desolação. Algumas tradições consideram que a expressão designa uma situação anárquica, que precede a manifestação de qualquer forma. Tomou depois o sentido de desordem e caos, inclusive no sentido psicológico, indicando regressão e loucura no processo de individuação. 


O   DILÚVIO  ( LÉON  COMERRE , 1859 - 1955 )

O Dilúvio (Mabul, em hebraico), como se sabe, ocorreu no tempo de Noé e causou a destruição da vida humana e animal, durando quarenta dias e quarenta noites. O modelo judaico é uma evidente transposição de tema semelhante encontrado na epopeia mesopotâmica de Gilgamés. O Dilúvio, entre os judeus, foi uma inundação cataclismática de toda a superfície terrestre. A palavra passou a significar chuva muito abundante, torrencial e demorada, que alaga vastas extensões de terra. Dilúvio vem do verbo latino diluo, desagregar, dissolver, dissipar. O Dia do Juízo (iom ha-din, em hebraico) ocorrerá no final dos dias, no tempo do Messias, quando tiver lugar a ressurreição dos mortos, todos, judeus ou não, chamados ao julgamento divino pelo som do grande shofar. O dia do juízo final será apavorante, escuro, com tempestades e grandes incêndios.


JUÍZO  FINAL, C.1535 ( MICHELANGELO  BUONARROTI )

Os escandinavo-germânicos não acreditavam na eternidade do mundo e muito menos na dos deuses e dos humanos. Como os humanos, os deuses tinham que lutar constantemente contra inimigos invejosos e astutos. Apesar de todas as virtudes que possuíam e da sua grande habilidade guerreira, os deuses tinham que
EDDAS
sucumbir ao ataque dos seus inimigos, os grandes monstros. O universo, que eles sustentavam e protegiam, seria destruído juntamente com eles. Esta gigantesca catástrofe é contada num grande poema, Voluspa, que faz parte de um conjunto chamado Eddas. O nome desta catástrofe é Ragnarok, ou seja, o destino fatal, o fim dos deuses. 

Segundo o mito, a serpente Midgard, identificada com o próprio oceano, mais antiga que os próprios deuses, é a dona das águas primordiais, rodeando toda a terra. Um dia, porque os deuses não cumprem o prometido de dar felicidade à humanidade, ela, enigmática e imprevisível, em cólera, sairá das profundezas
BALDER
oceânicas para, com toda a sua fúria, destruir tudo, inclusive os deuses. Conjugado com o fogo, o mar cobrirá tudo. Os monstros, o lobo Fenris, o cão Garm, os gigantes e os anões, até então contidos pelos deuses, se libertarão, mergulhando a Terra numa grande convulsão. Os deuses serão derrotados. Depois de tudo destruído, então, o mundo renascerá para uma nova idade do ouro, guiada pelo deus Balder (deus da luz, da justiça e da beleza), ressuscitado. 




Os escandinavos puseram em circulação o nome Saltstraument para designar um enorme remoinho de água de tremendo potencial destrutivo. Uma variante deste fenômeno, um pouco menos destrutiva, é o Maelstrom, palavra posta em circulação por Edgar Allan Poe no seu conto A Descida num Maelstrom (1841). Jules Verne foi outro que usou a palavra, em 20.000 Léguas Submarinas, contando-nos ele que o capitão Nemo entrou num Maelstrom com o seu submarino Nautilus. Os latinos, lembro, davam o nome de vertex (vortex) a um imenso turbilhão de água ou de ar, gerador de uma força violentíssima, irresistível. Na filosofia cartesiana, vertex é um rapidíssimo movimento rotatório de matéria cósmica em torno de um centro, para dentro do qual tudo é sugado.

ILUSTRAÇÃO
Indo mais ao passado, recordemos que Homero, na Odisseia, nos fala que Ulisses, ao atravessar o estreito de Messina, entre a Itália e a Sicília, se viu diante de dois monstros, Cila e Caribdes, a primeira filha do deus marinho Forcis e a segunda de Geia e de Poseidon. Cila era um dragão com seis cabeças, com cães furiosos em torno do corpo, e devorava tudo o que passasse pelo estreito. A outra, também voracíssima, cujo nome se liga à mesma etimologia do da parceira, absorvia e vomitava diariamente enormes quantidades de água.

Cila e Caribdes, na realidade, eram dois sorvedouros que todos os marinheiros do Mediterrâneo conheciam, circulando entre os homens do mar, como provérbio, a seguinte frase: Sair de Caribdes, cair em Cila.  Guardavam os dois monstros uma travessia estreita, fazendo ela parte do simbolismo dos lugares de passagem entre dois estados, entre dois mundos, entre o conhecido e o desconhecido. Cila e Caribdes, para o homem mediterrâneo, configuravam uma situação de escolha entre duas alternativas igualmente indesejáveis. 


POSEIDON
Astrologicamente, saliente-se, o planeta Netuno (deus Poseidon) rege todas as formas de implosão conhecidas. Implodir, como se sabe, é provocar ou sofrer colapso para dentro. Colapso, figuradamente, é derrocada, desmoronamento, prostração, ruína. Uma das melhores imagens da implosão é, por exemplo, o sorvedouro, o vertex, a que acima nos referimos. Sorvedouros são redemoinhos de água que se formam em mares ou rios e que levam tudo para o fundo. 

PLUTÃO
Na mitologia, o deus Plutão, rei dos infernos, tinha grande receio das implosões que seu irmão, Poseidon, sempre ameaçou provocar, pois seu reino poderia ser invadido por ele, isto é, pelas águas oceânicas. Tais implosões, como é fácil perceber, poderiam expor à luz as “trevas infernais”, destruindo-se assim as apavorantes imagens que a humanidade sempre construiu em torno dele devido à sua invisibilidade. Plutão temia que o seu reino, exposto à luz, talvez não fosse considerado tão terrível assim... Astronomicamente, como sabemos, vertex é o ponto de intersecção da eclíptica com o meridiano que liga o zênite ao nadir. Na astrologia, não há estudos confiáveis sobre a sua aplicação.


TSUNAMI
Recentemente entrou em circulação a palavra tsunami (onda que atinge o cais, onda de porto, em japonês). O termo é muitas vezes aplicado para designar maremotos, sismos que ocorrem no fundo do mar, muito semelhantes aos sismos que só afetam a crosta terrestre, os primeiros, sim, tidos como causadores de tsunamis. Ao contrário do saltstraument ou do maelstrom dos escandinavos, o tsunami movimenta as águas para cima, o que nos leva a associá-lo também, astrologicamente, à ação de Urano (o epicentro dos abalos sísmicos de onde partem os tsunamis). É de se lembrar que quando Urano transitou pelo signo de Peixes, no início do séc. XXI (2003-2010), os tsunamis entraram na ordem do dia, ganhando muito destaque nos meios de comunicação.  Explosões vulcânicas, deslizamentos de terra subaquáticos ou mesmo quedas de meteoros podem também causar tsunamis

Grandes quantidades de água são assim deslocadas pelos tsunamis, atingindo o litoral, através de ondas enormes, causando devastação e morte. Um dos mais famosos maremotos (hoje tsunamis) conhecidos ocorreu no mar Mediterrâneo (eles são muitos mais comuns no oceano Pacífico) entre os anos de 1650 e 1600 aC, devido a uma violenta erupção vulcânica na ilha de Santorini. Esse violento fenômeno provocou a formação de ondas cuja altura máxima, segundo a tradição narra, teria oscilado entre 100 e 150 metros de altura. Toda a costa norte da ilha de Creta foi destruída. O início do fim da civilização minóica foi principalmente atribuído a este acontecimento. Quando da explosão da ilha-vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883, ondas devastadoras se elevaram a cerca de 40 metros de altura. Segundo os antigos gregos, tudo isto sempre foi causado pela ação do deus Poseidon, que, por insondáveis desígnios, tanto pode, com o seu tridente, agitar ou acalmar os mares...

NETUNO
É de se lembrar, quando associamos Poseidon às implosões, que que o planeta Netuno, astrologicamente, é o arquétipo da dissolução (solutio) universal. Como tal, onde o temos num mapa astrológico ali a terra pode nos fugir dos pés devido à sua ação assolapadora, uma das várias formas de dissolução. Solapar é destruir as bases de alguma coisa, aluir, minar, abalar os fundamentos. Assim, onde temos Poseidon (Netuno), há esse risco. Aliás, as patologias de Netuno podem nos lançar em sorvedouros semelhantes, como é, por
PROSPER  MÉNIÈRE
1799 - 1862
exemplo, o caso da chamada síndrome de Ménière (distúrbio de equilíbrio muito semelhantes aos que ocorrem em viagens marítimas, mas que podem também ocorrer em terra), confundida às vezes com avcs. A síndrome a que nos referimos aparece relacionada com “ataques” a Vênus (planeta que se exalta em Peixes e que tanto tem a ver com a audição e o equilíbrio), com Netuno (regente do signo, que nos fala de vertigens, de sorvedouros) e com Mercúrio, que juntamente com Vênus, governa o labirinto, sistema de canais semicirculares e cavidades comunicantes no interior do ouvido, responsável pelo equilíbrio do corpo humano.