Mercúrio é o mais quente, o mais rápido, o mais próximo e o menor dos membros da família solar. É muito parecido com a Lua em volume, sendo pouco maior que ela. Enquanto esta corresponde a 2% da Terra, Mercúrio corresponde a 6%. Sua temperatura diurna, elevadíssima (mais de 400º), se deve à sua grande proximidade do Sol (58 milhões de km.). Por esta razão, desenvolve uma espantosa velocidade orbital, cerca de 172.000 km/hora, não sendo por isso “sugado” pelo Sol. Seu ano é de 88 dias: seu período sinódico, de 116 dias. O seu afastamento máximo (elongação) com relação ao Sol é de 28º. Seu tamanho e sua distância (proximidade) do Sol tornam bastante difícil a sua observação.
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MERCÚRIO DIANTE DO SOL |
A atividade intelectual na mitologia assiro-babilônica era do deus
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MARDUK ATACANDO TIAMAT |
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NABU |
Os gregos identificaram Marduk como Zeus, sendo ele na astrologia o nome do planeta Júpiter. O principal santuário de Nabu
se situava em Borsipa, perto da Babilônia. O poder que irradiava do pai o beneficiava, vindo ele, com o tempo, a assumir algumas funções paternas. Quando Marduk fixava o destino dos humanos cabia a Nabu fazer os devidos registros dos decretos divinos. Nessa função ele ultrapassava a de um simples escriba. Podia, a seu critério, aumentar ou diminuir o número dos dias de vida que cabia a cada um dos mortais. Nabu também exercia as funções de secretário das assembleias divinas.
Sua mulher, a deusa Tashemetohm, muito honrada, inventora da escrita, tutelava os que se dedicavam à arte literária. Eram atributos de Nabu, herdados do pai, o dragão com cabeça de serpente, símbolo do caos primordial, vencido pelo deus com o estilete e a tabuleta (tábua de argila) para a gravação da escrita cuneiforme, símbolos do cosmos, ou seja, a escrita como criadora da ordem universal. A escrita inventada pela deusa Tashemethon tinha características especialíssimas: era polifônica, isto é, uma mesma sílaba (ideograma) admitia vários sons, o que gerava uma pluralidade de sentidos e de valores. No mais, lembremos que a Mesopotâmia era uma terra de aluvião. A natureza oferecia em abundância o material destinado às inscrições. Bastava escolher e polí-lo. Tratava-se da argila mole, onde se gravavam os sinais com um estilete de madeira. Depois, as tabuletas de argila eram queimadas e endurecidas. Nessas condições, podiam durar milhares de anos (o melhor “backup” conhecido até hoje).
Nas cerimônias que se realizavam anualmente para celebrar a vitória do deus Marduk sobre o caos (Tiamat, o caos primordial, o elemento líquido, o dragão serpente que tudo envolvia, símbolo do feminino de onde sairia a terra), a mais importante festa do calendário religioso babilônico, que recriava a batalha original, a imagem do deus Nabu era removida do seu santuário e conduzida ao grande templo de Marduk, onde o deus se unia simbolicamente ao seu pai. Esta cerimônia tinha o objetivo de deixar claro que a mente deve estar sempre submetida a uma finalidade de direção superior, o que astrologicamente significa aqui a firme declaração de que, conforme a ordem astrológica, Mercúrio (Nabu) deve ser um servidor de Júpiter (Marduk).
Toth foi o nome que no período greco-romano tomou o deus Djehuti, identificado pelos gregos como Hermes. Entre os egípcios, ele era o mensageiro do céu, por todos reverenciado como um deus lunar, senhor das letras, das ciências, das invenções, da sabedoria, além de porta-voz e arquivista dos deuses. Era Toth também o patrono dos astrônomos-astrólogos, dos mágicos, dos curandeiros e dos encantadores. Djehuti era o antigo nome do Baixo-Egito, cuja capital era Hermópolis parva. Foi dessa região que o culto do deus se espalhou por todo o país. Posteriormente, o principal templo de Toth, já como deus nacional, foi instalado em Hermópolis magna.
Comumente, Toth era representado com a cabeça de uma ibis, no alto da qual se fixava um crescente lunar. Esta ave, a íbis, simbolizava no Egito todas as operações do intelecto prático. Matá-la era incorrer com certeza em pena de morte. No Livro de Job encontramos referências ao poder que tinha a ave de anunciar as cheias do Nilo. O culto que a ela se prestava devia-se em grande parte ao fato de ela ser ofiófaga. Este culto prestado à íbis, lembremos, não era privilégio dos egípcios. Ressaltemos que a íbis era muito venerada (desde quando?) pelos chamados ofiófagos, um povo que vivia além da Etiópia (teriam eles passado o culto da íbis aos egípcios?), já perto do golfo arábico, em cavernas, numa região chamada de Troglodítica (troglè, caverna, mais dyo, entro, penetro, submerjo-me). Por causa da sua forma, fino, longo e curvo, voltado para baixo, com o aspecto de um clister (klyster, seringa, em grego), o bico da íbis foi muito usado para lavagens intestinais.
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TROGLODÍTICA |
A íbis, hibi para os egípcios, adquiriu um grande valor simbólico

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TOTH BABUÍNO |
Toth “gostava” muitas vezes de tomar a forma de um babuíno cinocéfalo, uma espécie de macaco com o focinho alongado, semelhante do de um cão. Se os egípcios veneravam Toth sob essa forma, um de seus demônios tinha também a forma de um macaco da África central, chamado Baba, demônio que sempre procurava privar os mortos de relações sexuais, como está em O Livro dos Mortos (13º capítulo): Ó falo de Rá escapa da infelicidade! Minha impotência nestes milhões de anos vindouros é obra de Baba, que utilizou contra mim a força que está acima da força, o poder que está acima do poder...
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RA |
Segundo os teólogos hermopolitanos, Toth era uma espécie de demiurgo universal, identificado como a Ibis divina que havia chocado o ovo do mundo em Hermópolis. Nesta condição, Toth ensinava também que havia realizado a obra da criação pelo som de sua voz quando abriu seus lábios pela primeira vez ao despertar no Num, o caos primordial. Da materialização desse som, nasceram quatro divindades masculinas e quatro femininas, razão pela qual Hermópolis sempre foi conhecida como a “cidade dos oito” (Khmunu). A tradição hermopolitana nos revela que estas oito divindades perpetuaram a criação pela sua palavra, cantando hinos a cada manhã para garantir a continuidade da marcha solar
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PLATÃO |
No Livro das Pirâmides, Thot aparece ora como filho mais velho de Ra, o Criador, o Sol, soberano e mestre do céu, deus de Heliópolis, ora como filho de Geb e Nut (o segundo casal da enéada, identificados por Plutarco, respectivamente, como Kronos e Reia) e, portanto, como membro da família osiriana (Osíris, Isis, Seth, Nephthys e Haroeris). No geral, porém, Toth não faz parte dessa família, sendo considerado apenas como o vizir do “Ser Bom” (Osíris) e o escriba sagrado de seu reino.
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OSÍRIS |
Quando da luta que travou contra Seth, seu tio, Horus saiu dela
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HORUS - SETH |
Dotado de sabedoria inigualável, foi Toth o inventor de todas as artes e ciência, destacando-se dentre elas a aritmética, a agrimensura, a geometria, a astronomia, a adivinhação, a magia, a medicina, a cirurgia, a música e mais a fabricação de instrumentos de corda e de sopro, além do desenho e sobretudo a escrita, sem a qual a humanidade correria o risco de perder as suas doutrinas e suas descobertas.
Chamado, na sua qualidade de inventor dos hieróglifos (escrita
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HIERÓGLIFOS |
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NUT - GEB |
Foram os egípcios antigos os primeiros a marcar o início do ano em outro período que não o equinocial, quando o dia e a noite têm a mesma duração. Os egípcios, como vários outros povos, aliás, por
motivos religiosos, políticos, raciais ou científicos, fizeram o início do seu ano coincidir com os primeiros transbordamentos do rio Nilo, isto é, no dia 19 de junho (Primeiro dia do mês de Thot). Era desse transbordamento que dependia a vida do país como um todo. Muito solenes eram as festas que se realizavam quando as águas do rio começavam a subir, alagando as suas margens por alguns quilômetros. Quando esse alagamento não ocorria, quando o nível das águas se mantinha inalterado, sinistros eram os agouros e dolorosas as interrogações.
Lembremos ainda que os antigos egípcios foram os primeiros, dentre os povos da antiguidade, a medir com aceitável exatidão o ano, dando-lhe a duração de 365 dias. A fixação deste número, como se sabe, tinha uma base astronômica, a comparação de duas passagens seguidas do Sol diante de uma mesma estrela. Esta exatidão não se verificava, contudo, no que dizia respeito quanto à data de seu início. Isto porque, por mais regular que fosse o fenômeno das cheias do rio, ele sempre dependia de inúmeros fatores irregulares e incontroláveis, a falta de chuvas nas suas cabeceiras, tempestades de areia, ventos contrários e mesmo a ação humana poderiam influir, como de fato influíram, ao longo da história do país para que as águas não começassem o seu transbordamento no primeiro dia do mês de Thot. Foi o deus Thot, na qualidade de deus lunar, o responsável pela medição do tempo no panteão egípcio.
Como deus agrimensor, Thot se encarregou de todos os cálculos e anotações pelos quais o país foi dividido, suas dimensões fixadas e seus recursos levantados devidamente. Arquivista dos deuses, ele é o patrono da História do país, anotando cuidadosamente a sucessão dos faraós. Cabe a ele inclusive inscrever sobre as folhas das árvores sagradas (palmeiras) o nome do futuro soberano que a rainha vier a conceber em razão de sua união com o Senhor do Céu, Ra, bem como o número de anos de reinado que a grande divindade lhe conceder.
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PSICOSTASIA |
Os textos religiosos costumam associar Maat, a deusa da Verdade e da Justiça, a Toth. Duas outras divindades são consideradas como suas esposas, Seshet e Nehmauit. A primeira é, a rigor, mais um duplo feminino de Toth, como deusa da Escrita e da História. É representada por uma figura feminina que ostenta na cabeça um crescente lunar voltado para baixo, nele se fixando duas penas, constituindo tudo um ideograma que pode ser traduzido como "aquela que ajuda na escrita, aquela que secretaria".
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SESHET |
Mais tarde, no lugar das duas penas foram colocados dois chifres voltados para baixo, recebendo a deusa o nome de Safekht (aquela que ostenta dois chifres). Além de auxiliar Thot na elaboração de calendários, foi-lhe conferido o título de a “Senhora guardiã da casa dos livros”. Recebia também o título de a “Senhora da casa dos arquitetos”, sendo apresentada nesta função como fundadora de templos, ajudando o faraó a fixar o lugar de sua edificação segundo a posição de determinados astros no céu.
A principal festa de Toth, segundo Plutarco, era celebrada no dia 19 do seu mês, alguns dias depois do plenilúnio, no começo do ano. Mel, figos e manjares finos eram servidos a todos os que participassem das cerimônias que se realizavam em sua homenagem.
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HERMES TRIMEGISTO |
Quando falamos das diversas formas e expressões do Mercúrio astrológico, não podemos esquecer de uma delas, muito importante, a que toma como figura central do chamado Hermetismo. Tendo como centro irradiador a cidade de Alexandria, situada no delta do rio Nilo, o Hermetismo é uma convergência de muitas tradições culturais e religiosas provenientes de várias regiões do mundo
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PTOLOMEU |
Hermes-Toth foi uma divindade “inventada”, para servir de seu patrono, por um grupo de filósofos marginais de Alexandria para melhor colocar no mercado da cultura as suas propostas. Era, nesse sentido, Hermes-Toth uma logomarca. Entenda-se: a filosofia oficial, patrocinada pelo Estado, ensinada nas suas escolas, tinha por base Pitágoras e Platão, principalmente. A citação destes nomes garantia para os neopitagóricos e neoplatônicos a aceitação indiscutível do que divulgavam e bons empregos. O mesmo fizeram os hermetistas, atribuindo a Hermes-Toth a revelação do que diziam, procurando garantir assim a sua credibilidade.
Segundo Clemente de Alexandria (sécs.II-III dC), Hermes
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CLEMENTE DE ALEXANDRIA |
No mundo helenístico, Hermes-Toth aparece como um deus civilizador, patrono das ciências e de todas as gnoses. A eficiência que os tocados por ele (kydos) foi aos poucos sendo considerada como algo mágico, recebida secretamente, ocultamente, um saber transmitido a poucos. A medicina hermética, a cura pela palavra (oniromancia, interpretação dos sonhos) era praticada com muito sucesso no santuário do deus médico Asclépio, em Epidauro. Tornando seus protegidos invulneráveis às trevas, livrando-os das pressões do subconsciente, não demorou muito para que a Hermes-Toth fosse conferido o título de “o guia de todos os magos”.
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GIORDANO BRUNO SENDO JULGADO |
As principais leis do Hermetismo foram reunidas num livro chamado Le Kybalion (O Caibalion) a seguir expressas:

1) Lei do Mentalismo: O Todo é mente; o universo é mental; 2) Lei da Correspondência: O que está em cima é como o que está em baixo e vice-versa. 3) Lei da Vibração: Nada está parado, tudo se move, vibra. 4) Lei da Polaridade: Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meio-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados. 5) Lei do Ritmo: Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é compensação. 6) Lei do Gênero: O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e feminino; o gênero manifesta-se em todos os planos da criação. 7) Lei de Causa e Efeito: toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa; muitos são os planos da causalidade, mas nenhum escapa à Lei.