Problemas alimentares e outras questões - A arte dietética (etimologicamente, do grego, diaita, maneira de viver, dieta) serve para adaptar, retificar e modificar as nossas tendências alimentares inatas e as influências que recebemos depois no ambiente familiar em quer passamos a viver. Usando-a com a astrologia, podemos criar o que chamamos de pedagogia nutricional, aplicável a cada pessoa, segundo o seu mapa natal, lembrando sempre que, para isto, devemos observar o mapa astral como um todo, fixando-nos muito mais, como já disse, além da posição solar, nas casas 1 (ascendente), 2 (abastecimento, compra de alimentos, a nossa despensa), 4 (ambiente familiar), 5 e 6 (responsáveis pela preparação e pela ingestão dos alimentos preparados, o cerimonial da refeição). Lua (influências familiares) e Vênus (a boca, a porta de entrada dos alimentos) devem também merecer, sempre, especial atenção.
A Dietética nos diz, antes de tudo, que as nossas duas principais refeições devem procurar um equilíbrio observados três pontos principais: 1) proteínas (peixes, ovos, queijos, carnes etc.), que têm a finalidade de nos fornecer os aminoácidos (componentes das proteínas). As proteínas representam uma grande porção da massa corporal dos seres vivos; 2) glucídios ou glicídios (farináceos, feculentos, leguminosos), necessários à assimilação proteica); 3) alimentos crus, legumes, que trazem a contribuição vitamínica e celulósica. Lembrar que, se fizermos uma refeição sem glucídios, as proteínas, mesmo que absorvidas em grande quantidade, não serão aproveitadas pelo nosso organismo, provocando perda de peso e de vitalidade, além de gerar carências graves.
Concentrando-nos um pouco mais nos problemas alimentares, item fundamental quando pensamos no tópico saúde, e diante do que já
GLICÍDIOS OU GLUCÍDIOS |
Concentrando-nos um pouco mais nos problemas alimentares, item fundamental quando pensamos no tópico saúde, e diante do que já
SISTEMA DIGESTIVO |
Signos e alimentação:
Áries – pressa, rapidez, grandes bocados, alguns minutos apenas para comer; mais força no estômago que nos dentes; pular refeições (café da manhã e/ou almoço, geralmente); muitas vezes, não há lugar para refeições normais na agenda. Áries na sexta casa
costuma empurrar a comida goela abaixo, come em pé, serve-se do fast food durante o dia e parte para rega-bofes à meia-noite. Quando senta para comer, Áries na sexta casa pode abusar do vinho. Consequências: digestão complicada, enxaquecas, agressão às áreas e funções lunares. Os arianos, de um modo geral, acham que o consumo de alimentos deve colaborar sempre para o aumento de seu dinamismo, para uma forma de vida bastante ativa, o que os leva a cometer graves erros.
FAST FOOD |
Como preferências arianas, destacamos: bebidas estimulantes, tonificantes, que lembram virilidade, espumantes, de teor alcoólico elevado. Quanto aos alimentos, a predileção vai para os que dão
uma rápida sensação de força, de sabores salgados, apimentados, carnes vermelhas, e, se houver dinheiro, molhos à base de cremes e vinhos, queijos fermentados (roquefort, camembert maduro, parmesão, gorgonzola etc.). Temperos ativos (noz moscada, cominho, páprica etc.). Frutos macerados em álcool, licores fortes, aguardentes etc.
CAMEMBERT E ROQUEFORT |
Fraquezas: dores de cabeça, nevralgias, afecções dentárias e oculares, insônias, circulação cerebral com problemas, febres agudas, hiperlipidemia sanguínea. Doente, o tipo ariano “normal” exige um tratamento eficaz, rápido, prático. Os arianos são partidários de doses únicas, cavalares, preferindo, de longe, a alopatia. Não gostam de regimes, dietas, infusões e granulados homeopáticos.
O apetite do ariano “normal” é tão poderoso quanto o seu desejo de ação. Difícil, por isso, aconselhá-lo, pedindo moderação, palavra que não faz parte de sua vida. Costuma, para acelerar a sua atividade incessante, recorrer a excitantes, café, álcool, anabolizantes etc. Um dia, quando o acidente não o mata antes, a doença chega, sendo considerada sempre como uma “fatalidade do destino”.
Já se disse que a grande característica de Áries é a primariedade e isto é que faz com que os nativos do signo pareçam estar empenhados sempre no instante; daí, as reações fortes, imediatas, breves. Por isso, estão sempre se projetando em direção de alguma coisa lá adiante. É isto que nos dá a impressão de que o ariano é feito de “uma peça só”. Ao agir, tudo fica comprometido.
Touro – o taurino médio sempre procura “dar um tempo”, fazer da alimentação um prazer sensível, o que sempre pode facilitar a digestão; ênfase na quantidade, na cor, na forma; uso das mãos; lentidão, calma; muito recomendada uma soneca curta depois do almoço (Asc e Sol taurinos costumam gostar de um pequeno descanso depois do almoço); com Áries na quinta casa (a da preparação dos alimentos), Touro na sexta casa costuma acelerar a preparação (pratos rápidos, fáceis de comer). Outro problema: desatenção quanto à preparação de alimentos, conflito entre quantidade e qualidade. Uma Lua na sexta casa, por exemplo, costumará juntar às refeições ovos, queijo, manteiga, cremes etc. Marte ou Plutão já exigirão temperos fortes.
Distinções necessárias: tradicionalmente, o taurino “médio” (tipo “vaca” e tipo “boi”) é plácido, calmo, laborioso e regular. Já o taurino tipo “touro”, com significativa contribuição ígnea, é ativo, muito produtivo, “temperamental” e sujeito periodicamente às suas chamadas “explosões. Tudo isto vai se refletir nos hábitos alimentares, é claro.
O taurino comum gosta dos prazeres da mesa, de bebidas naturais (sucos de frutas, às vezes vinhos), de bebidas alcoólicas açucaradas, de alimentos “rústicos” (provenientes de fazendas, hortas conhecidas), saladas verdes, doces em compotas, queijos gordos, densos (cabocó, gruyère), açúcar na preparação culinária simples e consistente.
PRAZERES DA MESA |
GRUYÈRE |
Fraquezas: a sobrecarga alimentar muito pesada às vezes pode afetar o metabolismo do cálcio (observar a paratireoide); problemas na circulação venosa; certa fragilidade das vértebras cervicais; garganta e mucosas nasais sensíveis. As paratireoides, de Saturno,
são quatro pequenas glândulas que se situam ao lado da glândula tireoide, diferentes desta, que é de Mercúrio. As paratireoides fabricam um hormônio chamado paratormônio que é responsável pelo controle do nível do cálcio no sangue. São as paratireoides, portanto, de natureza saturnina. Lembro que há dois tipos de doença podem acometer estas glândulas: o hiperparatireoidismo (excesso hormonal) e o hipoparatireoidismo (carência hormonal). Este último causa desmineralização do esqueleto e doenças renais (cálculos). O primeiro causa a hiperplasia e gera adenomas.
O taurino médio costuma sobrecarregar a sua alimentação, sobretudo se o trabalho não lhe dá a compensação financeira desejada. Sua frustração será descarregada na comida. Desgostos sentimentais (não só de taurinos) também podem se enquadrar no que aqui se coloca. Mais do que a qualquer outro tipo astrológico, recomenda-se ao taurino médio a repartição de sua alimentação, quatro ou cinco vezes ao dia.
A base taurina típica, média, é a da secundariedade. As impressões recebidas costumam ser processadas lentamente. Foi o taurino chamado, com razão, de um “ruminante psíquico”. Daí o sulco profundo que os estímulos deixam nele, fazendo-o “incubá-los” por longo tempo. As consequências são evidentes: adaptações lentas, rancor, força estática, massa concentrada em movimento.
Para se retemperar o taurino precisa de contactos diretos com a natureza, pois é um instintivo (Áries, Touro e Escorpião são os três signos mais instintivos do zodíaco). Os instintos taurinos fazem dele um sugador (a boca é de Touro). Se instintivo oral, só pensará em adquirir, assimilar, possuir. Se sensorial, buscará como poucos os prazeres terrestres, a ligação com a terra, a Natureza (que, como mãe, é colocada muitas vezes no lugar da mãe natural). A boa saúde de um taurino pede que tudo isto, se possível, seja entendido claramente.
O taurino de dominante quente é o que chamamos de “taurino touro”, expansivo, muito emotivo, de grandes cóleras que podem chegar às explosões. Se a dominante é fria, saturnina, terrestre, temos o “taurino-boi”, conservador, taciturno, melancólico, trabalhador, pessimista muitas vezes, rotineiro. Se na dominante fria predomina a Lua, temos o “taurino-vaca”, pesado, plácido, lento, com baixo centro de gravidade, maternal, apegado.
Gêmeos – O gemininao típico não presta muita atenção ao que come; conversa, fala, discute e, muitas vezes, lê e conversa ao telefone enquanto faz a refeição; não mastiga, engole, lembrando Áries na sexta casa; veloz, termina antes dos outros, não sendo de comer muito. Com Touro na quinta casa, sempre há o risco de um certo exagero quantitativo no preparo de alimentos; desperdício, pois.
O geminiano “normal” mais petisca do que se alimenta. Não gosta das “cerimônias” alimentares, longas refeições, pois isso pode imobilizá-lo. Mistura geralmente refeições com encontros informais, conversa-se bastante, ouve-se música. De um modo geral, o geminiano prefere bebidas que simbolizem a adolescência, gosta do fast-food e, pela facilidade, pode preferir alimentos congelados, conservas, enlatados, empacotados. Muitos preferem as saladas compostas, com alguns aditivos, ao invés de refeições mais consistentes.
Fraquezas: problemas respiratórios de tipo alérgico (rinites, rino-faringites), fragilidade nervosa, nevralgias intercostais, reumatismos nos membros superiores. Internet e telefones (celulares) costumam desempenhar papel importante na vida do geminiano, principalmente quanto às informações médicas, relatos e prescrições. A automedicação pela via publicitária é comum.
Muitos geminianos dão preferência à pulverização de suas refeições, uma dispersão que costuma contrariar o ritmo e o funcionamento digestivos. Tal comportamento alimentar provoca muitas vezes um desequilíbrio nutricional (carência de proteínas).
As bebidas gasosas, principalmente às refeições, devem ser evitadas por todos, mas de modo especial pelos geminianos (muito fascinados pela efervescência, pelas borbulhas, pela leveza das bebidas, refrigerantes, sodas etc.) de casa seis. Estas bebidas costumam interferir negativamente no processo digestivo e favorecem o desenvolvimento de infecções nas vias respiratórias.
A primariedade é do signo, de ritmos rápidos e de pouca profundidade; a ação geminiana se apresenta sempre direcionada para um alargamento do campo da consciência (sobrecarga do sistema nervoso) através de uma grande mobilidade mental, muito maior que a física. É um signo sujeito a muitas abordagens. Uma delas: podemos ver o geminiano como andrógino, nele se alternando constantemente os dois princípios, o masculino (celeste) e o feminino (terrestre), ou como hermafrodita; no papel de um “eterno adolescente”, o geminiano é aquele que jamais se compromete, feito para o desapego, aquele que nunca se tornará um adulto (complexo de Peter Pan).
BEBIDA GASOSA |
PETER PAN KENSINGTON GARDENS LONDRES |
CÁSTOR E POLUDEUCES |
Câncer – O canceriano típico precisa manter a sua atenção bastante focada no seu regime alimentar. Normalmente, ele tende a preocupa-se mais com os outros do que consigo mesmo, procurando servi-los, oferecendo-lhes algo sempre, os seus prediletos pratos “lunares” (à base de ovos, cremes, suflês, sopas,
alimentos não muito sólidos etc.), as receitas de família; muito “maternais”, os cancerianos costumam oferecer alimentos a todos, inclusive aos pedintes que encontra ou aos que lhes batem à porta, para os quais sempre há alguma coisa. No geral, o canceriano tem habilidade na cozinha (Gêmeos na quinta casa, muitos livros de receitas etc.) e sabe usar essa habilidade para unir às pessoas. O grande problema dos do signo é que seu estado de saúde depende muito da sua capacidade de controlar a sua hipersensibilidade.
SOPA DE MANDIOQUINHA COM CHEIRO VERDE |
Quadro geral: hipersensibilidade e introversão concentram a energia muito mais no plano psíquico; é dali que ela se evade por meio de sonhos, da imaginação, da fantasia. Discreto, ansioso, imaginativo, pueril, sonhador e meditativo, o canceriano típico dá
preferência, como bebida essencial, ao leite e aos refrescos da infância. Os laticínios são importantes, queijos, cremes, manteiga, coalhada e, naturalmente, ovos, estes sempre ligados simbolicamente ao embrionário e ao fetal, imagens caras a qualquer canceriano. Há também preferência pelos açucarados, por alimentos preparados em casa (velhas receitas), sopas de legumes, caldos, tudo que possa lembrar aconchego e os perfumes das antigas cozinhas. Segundo uma visão psicanalítica, a preferência por pães arredondados e broas os faz lembrar o ventre maternal. No mais, os biscoitos, os pães-de-leite, os fofinhos, os cremosos, os manjares, os suflês sempre serão benvindos.
ANTIGO LIVRO DE RECEITAS |
Fraquezas: problemas digestivos, embaraços gástricos, dispepsias, hiper ou hipocloridria, perturbações linfáticas, tendência à anemia (quadratura com Áries), fragilidade psíquica (infantilismo). O uso de águas gasosas medicinais, bicarbonato de sódio, chás e infusões que facilitem a digestão são recomendados, mas fora das refeições. Neste particular, o canceriano é, dentre os tipos astrológicos, o mais indicado para frequentar as “estações de águas”(hoje fora de moda!), tirando sempre muito proveito das temporadas que nelas passa. A preferência por alimentos adocicados (lembranças da infância) e a insuficiente dieta de proteínas têm que ser combatidos, ainda que alguns possam compensar esta última com proteínas lácteas (queijos e derivados).
O canceriano médio, ao preferir os alimentos cremosos, adocicados e suaves, que lembram muito a infância, deve cuidar para que não faltem à sua mesa as proteínas. O abuso de glucídios, que podem criar uma “mesa maravilhosa”, são os grandes responsáveis pela carga adiposa de muitos dos do signo.
Há sempre um perigo a rondar muitos cancerianos, o ataque do complexo maternal: um grande desejo de voltar à vida vegetativa, à tranquilidade uterina, de voltar ao passado, de, pelo menos, voltar à infância por não terem se demorado bastante nela. Todo canceriano, arriscamos a generalização, sempre prefere os interiores (vide Rembrandt), já que é um inclinado à esquizoidia, um introvertido.
O tipo interiorizado, clássico, digamos, é indeciso, inibido, muito apegado às recordações, resignado. Mas é possível também se
encontrar uma outra tipologia: mais nervoso do que o outro, este segundo tipo é uma espécie de consumidor de sensações, das quais seu eu, sensível e susceptível, precisa. Ele costuma buscar ativamente essas sensações, tornando-se até bastante caprichoso (palavra canceriana), curtindo estados de alma de insatisfação constante. Se o primeiro é sedentário, ordeiro, mais ou menos encaixado socialmente, o segundo faz da sua vida uma aventura muitas vezes errante. Um exemplo deste segundo tipo é o poeta Rainer Maria Rilke,
complicado, vivendo sem lar, esperando encontrar em algum lugar o seu “paraíso perdido”. O compositor Franz Schubert é outro que faz parte desta segunda classificação, indolente, tímido, levou uma vida boêmia, indiferente ao dinheiro e à segurança. O que lhe interessava eram os bosques vienenses e os clarões da Lua, que ele soube como ninguém, como sentimento da natureza, colocar em suas obras.
RAINER MARIA RILKE |
FRANZ SCHUBERT |