Leão – De um modo geral, os leoninos comem mais para impressionar do que realmente para se alimentar; gostam de pontificar à mesa e curtir cenários pomposos, restaurantes caros etc. Grande preferência por proteínas animais. Se vão para a cozinha, os leoninos costumam se sair bem, embora não seja ela o seu palco natural. De paladar exigente, gostam de vinhos caros, inclusive para molhos e temperos. Narcisistas e triunfantes, os leoninos existem para aparecer, para despertar a admiração, para receber elogios, inclusive quando se alimentam. Sua grande predileção por
grandes refeições, festas, cerimônias, banquetes, restaurantes da moda é fonte de muitos de seus problemas de saúde. As bebidas são mais apreciadas pelo seu alto custo do que pelo seu valor intrínseco. Um Romanée-Conti (grand cru) ainda é uma grande pedida para qualquer leonino com muito dinheiro e mais sofisticado, que queira brilhar!
Quanto ao mais, a expressão benefício-custo decididamente não faz parte da vida da maior parte dos leoninos. Em termos de alimentos e bebidas tudo tem que ser de primeira qualidade, refinado, importado, de preferência. Pratos e frutas exóticas, peixes e
crustáceos especiais devem fazer parte da mesa do leonino endinheirado, além naturalmente das sobremesas complicadas. No mais, o cenário das refeições será sempre importante, selecionadíssimo, o serviço de mesa impecável. Muito generoso nas gorjetas, o leonino gosta de ser sempre tratado como VIP pelos maîtres, sommeliers, garçons e porteiros de hotéis e restaurantes.
SOMMELIER |
Os leoninos se adaptam com facilidade à vida social, sabendo fazer amigos e conservá-los, gostando de demonstrar, quando podem, a sua afeição com presentes caros. Se não podem, costumam prometer. Uma coisa é certa: podemos afirmar que se um leonino oferece um jantar em sua casa a comida será de boa para excelente. Idem quanto ao vinho, sempre correto para cada prato e à temperatura ideal. O leonino de classe não bebe cerveja, coisa de proletários.
Muitos leoninos pensam que a sua saúde é indestrutível, o que os leva a cometer muitos abusos, especialmente aqueles que já atingiram o “seu” lugar na sociedade, invariavelmente os mais exagerados. Especial atenção deve ser dada ao consumo de gorduras, especialmente às frituras, sempre um grande perigo, muito mais para os do signo. Por isso, será desejável também o controle das gorduras e das féculas, para que seja evitada uma certa tendência à obesidade (ascendente leonino). Recomenda-se ao leonino que esteja a caminho da meia-idade que verifique regularmente a sua pressão arterial e faça hemogramas, especialmente para controle do colesterol, dos triglicérides etc.
Fraquezas: moléstias do coração, síncopes, rupturas de aneurismas, angina de peito, males nas costas, visão frágil, hipersimpaticotonia. Lembre-se que os leoninos, de um modo geral, têm uma repulsa natural pela palavra doença. Se doentes, porém, gostam de visitar grandes especialistas, que devem considerar o seu problema de saúde sempre como um caso especial. A doença de um leonino nunca é um caso banal, tendo ele predileção por terapias seletivas, recorrendo muitas vezes a especialistas no exterior, se tiver dinheiro, é claro.
Recomenda-se ao leonino a prática de uma atividade física regular, caminhadas mais puxadas, um esporte, que o ajude a manter a forma. Como os tipos dos outros signos de fogo, o leonino (principalmente o de ascendente) costuma possuir uma constituição forte que não pode prescindir, entretanto, de uma atividade física intensa e regular.
A tipologia leonina, de um modo geral, pode se situar desde aquela que se manifesta apaixonadamente, alimentada por uma abundância vital, expansiva, doadora, generosa, até aquela que, de outro lado, se impõe tirânica e orgulhosamente, que espera dos outros, no mínimo, vassalagem e aplauso. Exibicionismo e máscara social fazem parte da persona deste tipo. A astrologia tradicional, há muito, com base no mito, nos fala de um leonino hercúleo, horizontalizado, forte, impositivo, voltado sobretudo para as conquistas materiais, façanhas econômicas, de natureza marcial-uraniana (o segundo tipo acima). De outro lado, a astrologia nos descreve o chamado leonino apolíneo, verticalizado, que procura viver o signo a partir do controle da vida instintiva pela sua racionalidade, colocando esta a serviço de propostas espiritualizadas. Este é o leonino jupiterizado, que pode, se uma contribuição saturnina ajudar, sem deixar de buscar uma vida opulenta e gloriosa, construir e comandar empreendimentos de grande envergadura, inclusive sob o ponto de vista artístico, na vida privada ou pública.
Virgem – No geral, o tipo Virgo é exigente quanto à comida, gostando de examinar e verificar tudo o que põe no seu prato; muitos chegam ao exagero (será que é? pergunte a ele) de limpar os
talheres e os copos disfarçadamente; uma refeição, para muitos, é quase um ato farmacêutico; frugalidade, comedimento, asseio. Problemas gastrointestinais podem interferir na alimentação. Os sucos naturais (cenoura, beterraba, couve), muito apreciados pelos do signo, devem ser ingeridos antes das refeições, evitando-se também as bebidas gasosas, mesmo as chamadas dietéticas. Um Virgo consciente jamais ingerirá as “bebidas de caixinha”, que, para espanto seu, são servidas na maioria dos hospitais para os pacientes internados.
Fraquezas: males da assimilação, dos intestinos (cólicas, disenterias, constipações etc.). A ansiedade, típica do signo, deve ser combatida já que está na origem de muitos distúrbios neurovegetativos que interferem negativamente na alimentação. Evitar, é claro, o exagero dos inventários, a minuciosa contagem das calorias, a compra de revistas médicas, os cursos sobre as dietas da moda, os alimentos miraculosos que uma população de longevos usa no extremo-oriente ou nas alturas do Andes. Do mesmo modo, evitar, quando diante de um terapeuta, o sistemático e chato questionamento sobre a escolha dos remédios, as perguntas sobre os detalhes de sua composição. Participar das consultas médicas com moderação.
De um modo geral, os virginianos podem se tornar, sem se converterem em nutricionistas, aplicados alunos no conhecimento da arte dietética. Com relação aos demais signos, os virginianos contam geralmente com uma virtude na matéria alimentar: as suas escolhas são invariavelmente racionais e eles costumam se orientar por elas; mesmo entre os do signo não totalmente logrados, não
costumam fazer parte de sua gastronomia os descontroles alimentares, o fumo e o abuso de bebidas alcoólicas. O ponto fraco dos virginianos nesta área está exatamente no seu excessivo racionalismo; nenhuma concessão aos prazeres gustativos e aos apelos sensuais, que, bem administrados, nunca serão prejudiciais. Os exageros da cozinha e da mesa de Virgo (quinta e sexta casas) estão muitas vezes na sua falta de charme, isto é, na ausência de temperos, de cores e de estética na disposição dos alimentos, sempre muito úteis para ativar as papilas gustativas (células receptoras do paladar) e atrair o olhar (formas e cores). Virgo, de um modo geral, nada tem a ver com a expressão “comer com os olhos”.
PABLO PICASSO, 1903 |
Sabe-se que o ponto mais sensível do organismo do nativo de Virgo é, em primeiro lugar, o sistema nervoso (Mercúrio). São os “nervos” que dão origem a muitos sintomas de difícil diagnóstico. A tradição, com base na Psicologia, está certa quando afirma que muitos problemas do trato intestinal que aparecem em Virgo, de modo especial a prisão de ventre, têm relação com a parcimônia, a austeridade e a escassez, características que fazem parte do seu reservado temperamento.
Os psicanalistas designam o conjunto dos traços acima apontados pelo nome de “complexo anal”. Esse complexo aparece já nos primeiros anos de vida de muitas crianças virginianas e tem relação com a evacuação das fezes. A tônica afetiva delas (ainda como infantes) se concentra no funcionamento da região retal e se caracteriza pela importância dada à retenção ou à expulsão da matéria fecal.
No tipo virginiano, sob a pressão interna de ideias de asseio, limpeza e pureza, prevalece a tendência retentiva. A isso se soma o fato de Virgo ser o tipo que mais prontamente responde à disciplina dos pais e educadores. Para ser “amado”, considerado como uma “boa criança”, o virginiano, na infância, adquire um “caráter anal controlado” que vai influenciar bastante o comportamento do adulto. Daí, as constipações intestinais que caminham juntas com o espírito minucioso, puritano, do virginiano, com a sua mania pela limpeza, pela desinfecção, o seu gosto pelas classificações, pela ordem.
O que está acima se direciona obviamente para os tipos virginianos malogrados, cujo caráter se manifesta através de várias atitudes: retenção e armazenamento de informações (os celeiros são de Virgo), conservadorismo (guardar o que deve ser jogado fora), espírito protelatório, escrupulosidade, meticulosidade, laboriosidade etc. Para estes tipos, qualquer sujeira ou mancha é sempre um “pecado repugnante”, uma profanação.
LEON TOLSTOI |
Libra – O gosto, o cenário e os componentes são conhecidos em Libra: açúcar, doces, acréscimos açucarados, carboidratos. Públicos ou privados, nos lugares a frequentar, a elegância acima de tudo,
toalhas, talheres, flores, velas, mesa bem cuidada. Ou seja, comer é sempre para Libra um ato social; nada de pressa, sofreguidão e comilanças desenfreadas. Mais: refeições solitárias fazem mal, devem ser sempre evitadas. O cenário tem que ser propício à conversa amena, da qual façam parte, sempre, o espírito conciliador, a delicadeza, a busca da harmonia, as boas maneiras, as referências abonadoras aos ausentes, mesmo que hipocritamente.
O perigo para a saúde pode estar na alimentação e bebidas servidas nas reuniões sociais (canapés, salgadinhos, petits-fours, aperitivos, coquetéis, vinhos licorosos, mistura de bebidas de sabores
discordantes etc.), muito frequentadas por librianos. Há predileção pelos salões de chá, pela pâtisserie, pelos achocolatados. No mais, quanto às refeições mais importantes, há evidentemente, preferência pelas carnes brancas, peixes finos (linguado, Saint Peter, truta), com acompanhamento de molhos suaves e pães. Não a côdea, sempre o miolo, muito mais delicado. Lembro que na língua francesa, miolo é mie, palavra saída do universo libriano, ao significar tanto miolo de pão como amiga, amante, amada, m´amie.
PETITS-FOURS |
Fraquezas: problemas renais, bexiga, órgãos genitais internos, nefrites, cólicas, uremias, tendências edematosas, afecções ovarianas, diabetes, lumbago, enxaquecas. Um dos pecados librianos é o seu precário equilíbrio nervoso: uma pequena contrariedade basta muitas vezes para desviá-los da firmeza com que haviam aderido a um tratamento. Muitas dificuldades pancreáticas (glândula situada na região posterior do estômago, que segrega o suco pancreático, além da insulina e hormônios) e renais começam por essa atitude.
MARCELLO MASTROIANNI |
Como o equilíbrio sempre desejado (principalmente nas mulheres, tanto para a manutenção de uma silhueta agradável como para almejada “paz de espírito”) é dificilmente obtido e mantido, os aborrecimentos (considerados sempre trágicos, insuportáveis) serão mascarados ou diluídos. Daí, as trocas de confidências com amigas sensíveis (conversas de “alminhas”), infindáveis telefonemas, queixumes, as conversas com cabeleireiros, massagistas, personnels, além de um certo bovarismo muito presente;
necessidade de afagos, a flânerie pelos shoppings, os passeios, olhar as vitrines, um cinema para se distrair (filmes com gente bonita e finais felizes, de preferência) ociosidade, uma tarde no clube etc., tudo acompanhado de muitas concessões venusianas (doces, chocolates, bombons, sorvetes etc.), pois, afinal, comuns nos discursos librianos expressões como: precisamos um pouco de alegria na vida, para compensar tantos aborrecimentos. Com as devidas adaptações, estas características apontadas farão parte do universo da mulher libriana que trabalha. Estamos nos referindo mais aqui, é claro, à libriana malograda.
necessidade de afagos, a flânerie pelos shoppings, os passeios, olhar as vitrines, um cinema para se distrair (filmes com gente bonita e finais felizes, de preferência) ociosidade, uma tarde no clube etc., tudo acompanhado de muitas concessões venusianas (doces, chocolates, bombons, sorvetes etc.), pois, afinal, comuns nos discursos librianos expressões como: precisamos um pouco de alegria na vida, para compensar tantos aborrecimentos. Com as devidas adaptações, estas características apontadas farão parte do universo da mulher libriana que trabalha. Estamos nos referindo mais aqui, é claro, à libriana malograda.
O libriano masculino típico costuma optar pelo diletantismo (nada de “pegar” na vida com muita firmeza), gosta de discorrer sobre os prazeres mundanos. De um modo geral, os librianos mais bem logrados, são muito ajudados com relação à sua saúde por um natural fairplay que lhes é peculiar: a aceitação serena e elegante das situações difíceis ou adversas, procurando sempre jogar limpo na vida. Nos tipos superiores do signo, outra grande virtude: o chamado savoir-faire, habilidade para obter êxito graças a um comportamento maleável e inteligente. Obter o que pretende com arte e diplomacia, enfim. Talvez a suprema glória de um libriano deste nível esteja nas vitórias que obtém sem ter que lutar.
O libriano, homem ou mulher, de um modo geral, não gosta de tarefas que sujem as mãos. Para obter uma aparência agradável, para estar na moda, os librianos de ambos os sexos (muito mais as mulheres, é óbvio) se submetem às vezes a certas torturas (roupas, calçados, penteados, maquiagem, massagens, cirurgias plásticas etc.) que podem lhes causar sérios danos à saúde. Muito comuns, entre as librianas, as cirurgias causadoras do dismorfismo.
De acordo com a astrologia tradicional, o grau de vitalidade dos librianos é moderado. Felizmente, é raro que se esforcem excessivamente, não havendo assim perigo de esgotarem as suas forças (exílio de Marte). Grande parte dos seus problemas decorre de uma notória sensação de insegurança, geradora de inúmeros pequenos incômodos que os aborrecem até bastante. A imagem que me ocorre para explicar isto é a de que o ideal do libriano se fixa na busca de um equilíbrio perfeito na relação dele com o mundo, o que, evidentemente, é impossível. Uma indisposição mínima, sem maior importância, é capaz de desequilibrar profundamente esse tipo de que falamos.
LOMBALGIA |
Quantos aos problemas dermatológicos, é bom lembrar, além do que já se disse, que grande parte deles tem origem em distúrbios de natureza afetiva ou material (insegurança material, problemas eróticos e venusianos). Não podemos esquecer também, principalmente quanto às mulheres, que o uso (abuso) de artigos cosméticos pode lhes causar muitos problemas. Cosméticos e “tratamentos de beleza” só deverão ser usados e aplicados com muita cautela e segurança.
Escorpião – Cautela é a advertência inicial, levando-se em conta, quanto a problemas que possam decorrer da alimentação inadequada, que a ação peristáltica do escorpiano médio (ascendente e casa seis) é lenta; daí, o risco de retenções e fermentações indesejadas. O peristaltismo é, como sabemos, o conjunto de contrações musculares dos órgãos ocos que tem a finalidade de provocar o avanço do seu conteúdo. Evitar, por isso, alimentos que se deteriorem facilmente (crustáceos e moluscos, carnes mal preparadas etc.), que geram com facilidade compostos tóxicos; não recomendados, assim, os frutos do mar, condimentos e temperos fortes. O gosto por refeições em lugares reservados, meia-luz etc., pode fazer o escorpiano entrar em verdadeiras “frias”, ingerindo alimentos duvidosos. Lembrar que Escorpião na quinta casa, na preparação, carrega muito nos temperos. Comida muito temperada, em restaurantes, pode significar, muitas vezes,
alimentos estragados. Um toque escorpiano na cozinha francesa é o preparo de alimentos, carnes de caças especialmente, através do faisandé (faisan, faisão): processo pelo qual se deixa a carne “passar” de seu ponto de maturação até o início de sua decomposição. Carnes assim preparadas eram destaque nas requintadas refeições oferecidas em Giverny por Claude Monet (Sol em Scorpio, Lua em Câncer), nos seus tempos de glória.
BÉCASSE FAISANDÉE - MONET |
Quanto às bebidas, os escorpianos costumam preferir as que tenham “caráter”, isto é, fortes, concentradas, que deixem a sua marca depois de ingeridas. Com relação aos alimentos, há preferências, como se disse, por carnes vermelhas (caça). Lembremos, nesse sentido, que o escorpião é um animal caçador. Daí, as carnes de javali, paca, jacaré, coelho, alguns galináceos etc. fazerem parte da dieta de muitos escorpianos. Há também, muitas vezes, preferência por cozinhas exóticas (antilhana, norte-africana, indiana, extremo-oriente, peruana, mexicana etc.) onde entrem os molhos de vinho ou apimentados fortes e alimentos impregnados de álcool, defumados, carnes marinadas, a chamada cozinha fusión. É preciso vigiar sempre os estimulantes (álcool, café, fumo, chás, licores). Como se sabe, Escorpião é o signo astrológico que mais alimenta atitudes autodestrutivas. Para compensar (sublimar) estas tendências, muitos se atiram com paixão a alguma atividade profissional, esportiva, ideológica, religiosa. Tudo isto, como fica fácil constatar astrologicamente, pode desembocar na alimentação. O excesso, como um ideal de absoluto para o bem e para o mal, é um conceito que costuma fazer parte da vida dos escorpianos, o que costuma, às vezes, transformá-los em suicidas crônicos, embora alguns possam renascer das cinzas como a fênix.
Fraquezas: problemas fisiológicos nos sistemas genital e urinário, sensibilidade nos órgãos sexuais, afecções dos rins, bexiga, ureteres, ovários, próstata, hemorroidas, complicações no intestino grosso, além, é claro, dos problemas psicológicos comuns nos do signo, depressões nervosas, angústias, ideias fixas, obsessões etc. Um dos problemas do escorpiano é que ele muitas vezes ignora a fraqueza, o cansaço, a depressão e passa a conviver
indefinidamente, muito atormentado, com os seus “demônios”, noturnos ou não. A produção artística de alto nível de muitos escorpianos costuma receber muita inspiração de sua demonologia interna. Não será difícil apontar artistas que exemplifiquem esse aspecto: Picasso, Racine, Stendhal, Dostoievski... Este último (Sol em Scorpio, casa doze), num de seus livros, nos deixou uma frase como esta: O maior amor é aquele que mais faz sofrer. Só um escorpiano poderia escrevê-la.
JEAN RACINE |
Devido à sua enorme capacidade de resistir, de conviver com a angústia, um estado psíquico que lhe é muito familiar, o escorpiano mostra às vezes até muita indiferença diante dos primeiros sintomas das doenças que o acometem. Esta atitude, como é fácil concluir, pode lhe custar muito caro. Instalada a doença, terá que se haver com tratamentos e períodos de repouso às vezes muito prolongados.
Quando falamos do signo de Escorpião, das suas ideias fixas e paixões, não podemos esquecer de Jean Racine (quatro planetas no signo). Não é por acaso que ele é um dos maiores “tratadistas” das paixões humanas. São dele as peças teatrais que melhor nos descrevem os tipos entregues ao império da paixão, num estilo insuperável. Tão perfeitamente delineados, esses tipos nos permitiram estudar os melhores exemplos da paixão, toda a sua patologia, vivida só como alguns escorpianos especialíssimos
sabem fazer. Os “heróis” de Racine sabem que as suas paixões serão a causa da sua destruição, mas, orgulhosamente, a elas permanecem aferrados, ostentando-as diante do mundo num espetáculo ao mesmo tempo agônico e extático, em que eles são ao mesmo tempo vítimas e carrascos. Para quem quiser mais, aqui vão citadas algumas obras do grande mestre francês do séc. XVII: Andromaque, Bérénice, Phèdre, Iphigénie...
sabem fazer. Os “heróis” de Racine sabem que as suas paixões serão a causa da sua destruição, mas, orgulhosamente, a elas permanecem aferrados, ostentando-as diante do mundo num espetáculo ao mesmo tempo agônico e extático, em que eles são ao mesmo tempo vítimas e carrascos. Para quem quiser mais, aqui vão citadas algumas obras do grande mestre francês do séc. XVII: Andromaque, Bérénice, Phèdre, Iphigénie...
Além dos problemas nos órgãos do baixo ventre (intestino grosso, reto, ânus e genitália), os escorpianos, segundo a tradição astrológica, parecem ser as maiores vítimas de moléstias infecciosas. Causas? Encontradas provavelmente nos seus descuidos com relação à saúde, nos altos níveis de esgotamento físico-mental a que se deixam levar e nas imprudências de ordem sexual (sexo errado) em que muitos costumam incorrer.
Doente, o escorpiano médio não é um tipo fácil. Via de regra, prefere tratamentos radicais que deem resultados imediatos. Para muitos, o melhor médico é aquele que o liberta mais rapidamente das suas dores. Com essa mentalidade, costuma ingerir doses de remédios maiores que as prescritas ou estimulantes e tranquilizantes para poder aguentar as tensões da sua vida diária quando enfermo.
Um problema que encontramos em muitos escorpianos e, por ação reflexa, em taurinos, quando chegam à chamada meia-idade é o sentimentos de pânico que se apossa deles diante da ideia de que o “futuro chegou”, de que “não há mais tempo” (Urano, o espaço, se exalta no signo), de que a morte está próxima. A entrada na velhice lhes traz um sentimento de que já não terão mais outras oportunidades de viver e de que não conseguirão realizar e/ou gozar tudo o que a vida parecia lhes ter prometido tão intensamente. Entenda-se: os escorpianos não gostam de fazer as coisas pela metade e detestam tudo o que seja pouco claro ou que não possam compreender. Colocados diante dessa última etapa da vida, que lhes acena com o mistério da morte, aturdem-se, descontrolam-se. São estes, os aturdidos, desesperados, que provavelmente terão a maior dificuldade para enfrentar Thanatos. Como talvez nunca tenham sabido compreender que a vida é feita de mortes, morrerão prisioneiros de ressentimentos, raiva, mágoas, ódio, inveja, vitimados por um impossível desejo de permanência.
Já se disse que muitos escorpianos sofrem de uma doença
incurável, angustiante, cuja causa está no seu desejo de querer ser sempre mais do que podem ser, não lhes importando seu bem-estar, como Edgar Allan Poe. Isto muitas vezes se expressa através da dialética da destruição-construção, que gera os tipos mais “encantadores” do signo, o ambivalente, que vive através dessas duas naturezas opostas, o crítico e o criativo, o idealista e o perverso.
EDGAR ALLAN POE |
Se a dominante é ígnea, essa ambivalência se expressa através de um complexo anal (lembre-se, o intestino grosso é de Escorpião) ativo, revoltado contra qualquer tipo de coação, que concentra na liberação instintiva toda a sua força. Esse é o escorpiano que pode ir em direção da desordem, do sadismo, da paixão total, da obstinação, da dureza no trato social e da criação revolucionária.
Prevalecendo uma dominante terra, saturnina, por exemplo, ninguém tão recalcado como esse escorpiano. Ele elege como suas “armas” (uma grande semelhança com Virgo) as suas regras, as suas manias, o seu grande poder crítico, a sua imensa capacidade trabalho, centrada na ideia de ir sempre “até o fim”, muitas vezes impiedosamente, deixando os outros no meio da caminhada.