terça-feira, 27 de dezembro de 2016

SAGITTA, SERPENS, TRIANGULUM



  

SAGITTA é uma constelação que admite várias versões sobre a sua origem. Situada entre Cygnus e Aquila, os gregos a escolheram para representar as flechas que Hércules usou para exterminar as aves do lago Estinfalo, quando da realização do seu nono trabalho. Numa escura floresta, às margens deste lago, na Arcádia, viviam milhares de aves gigantescas, que tudo devoravam. Eram antropófagas,  metálicas, tendo bicos e pés de bronze. Proliferavam de modo descontrolado, transformando a região do lago num lugar imundo, cheio de dejetos, tornando impossível a vida vegetal e animal. Abrigavam-se na floresta vizinha do lago. 



HÉRCULES   E   AS   AVES   DO   LAGO   ESTINFALO
( TAPEÇARIA  DO  SÉCULO  XVI ) 

Para que Hércules desse conta deste trabalho, Palas Athena pediu a Hefesto que fabricasse para o nosso herói uma espécie de castanhola de bronze que produzia um ruído ensurdecedor. Agitado o instrumento, as aves iam levantando voo, do que se aproveitava Hércules para matá-las com certeiras flechas, envenenadas com o sangue da Hidra de Lerna. Hércules usou, neste trabalho, pela primeira vez de modo eficiente o arco e a flecha que recebera de Apolo quando se dispôs a cumprir os doze trabalhos que Euristeu, rei de Argos, lhe havia determinado, para que fosse cumprida a sentença do oráculo de Delfos. 



LAGO   ESTINFALO  ( GUSTAVE  MOREAU , 1872 )  

Coberto pela sujeira que as aves criavam, o lago transformara-se num pântano, num lugar de águas estagnadas, cheio de podridão, sem nenhuma vida. A quantidade das aves era tamanha, a esvoaçar sempre à sua volta, que chegavam mesmo a impedir que a luz do Sol atingisse as águas e a sua vegetação circundante. Com suas flechas, Hércules matou as aves, trazendo de novo a vida ao lugar. 

PROMETEU
( G. MOREAU )
Outra versão sobre a origem de Sagitta é a de que ela simboliza a flecha com que Hércules matou o pavoroso abutre,  monstro que devorava diariamente o fígado de Prometeu. Um dentre os quatro filhos de Jápeto e de Clímene, Prometeu, com os seus três irmãos, Epimeteu (gêmeo), Atlas e Menécio, pertencia à raça dos titãs. Era, assim, primo de Zeus. Casado com Clímene, foi pai de Deucalião, Lico e Quimareu, ligando-se o primeiro à história do dilúvio que o Senhor do Olimpo fez desabar sobre a Terra para punir os humanos.


PROMETEU  E  O  FOGO
Tentando intermediar uma reunião entre Zeus e os humanos, a quem o primeiro queria exterminar, Prometeu agiu incorretamente, enchendo o coração de Zeus de cólera, como diz o texto poético em que se narra a história. O castigo veio logo. O Senhor do Olimpo resolveu privar a humanidade do fogo, simbolicamente da inteligência (nous), imbecilizando-a. Retirado o precioso elemento, os homens voltariam a ser animais, tendo que viver de novo amedrontados no fundo das grutas ou empoleirados no alto das árvores.

Prometeu procurou remediar a situação. Foi aos céus e roubou uma centelha do fogo celeste, administrado por Hélio, deus solar. Ocultou-a na haste oca de uma figueira e com ela, vindo para a Terra, entregou-a aos homens,  “reanimando-os”. A punição divina veio logo, contra Prometeu e os seus protegidos. Zeus imaginou uma grande e complicada trama para fazer com que os humanos se perdessem para sempre por meio de uma mulher, a irresistível Pandora. Com relação a Prometeu, foi ele aprisionado pelo deus Hefesto nas montanhas do Cáucaso, tarefa cumprida com o auxílio da equipe de segurança do próprio Zeus, formada por dois monstruosos assessores, Crato (O Poder) e Bia (A Força), que sempre o acompanhavam. Agrilhoado nas montanhas, Prometeu tinha o seu fígado diariamente devorado pelo famigerado Abutre, filho dos maiores monstros da mitologia grega, Tifon e Équidna. Para maior desespero do titã, o fígado se recompunha à noite, quando o Abutre se afastava. Na manhã seguinte, tudo recomeçava. Zeus jurara, pelas águas do rio Estige, segundo a sociedade olímpica testemunhara, que jamais libertaria seu primo daquele castigo. 


JARDIM   DAS   HESPÉRIDES
Ao voltar do oriente, quando andava à procura do Jardim das Hespérides, onde estavam os pomos de ouro (seu terceiro trabalho), Hércules ouviu os gritos do titã. Aproximou-se e, horrorizado com cena, matou o Abutre a flechadas, libertando Prometeu. Dotado de dons divinatórios, Prometeu revelou a Hércules como, através do gigante Atlas, poderia apossar-se dos pomos de ouro. Do mesmo modo, preveniu Deucalião sobre as intenções de Zeus, que desejava aniquilar a humanidade, revelando a este de que modo ele e Pirra poderiam escapar. Os gregos, em homenagem a Hércules e a Prometeu, colocaram nos céus a flecha com que Hércules libertou o titã, dando-lhe o nome de Sagitta.


EROS  ( RAFFAELLO   SANZIO - 1483 - 1520 )

Uma terceira versão nos informa que Sagitta tem a ver com as flechas que Eros,  o mais belos dos imortais segundo Hesíodo, disparava para promover a união dos deuses e dos seres humanos. Eros é a divindade que transtorna o juízo dos deuses e dos mortais, ao fazer com que se unam, independentemente da sua vontade. O mito de Eros foi se fixando ao longo dos séculos principalmente através da poesia. Passou ele a ser representado  como um adolescente mal saído da infância, aloirado, com asas. Sob essa máscara, inocente e travesso, jamais chegou Eros à idade da razão, esta sempre incompatível com o amor. Para muitos, é o mais perigoso dos deuses, sempre pronto a ferir os incautos com as suas certeiras flechas, envenenadas de paixão.

Irresponsável e inconsequente, Eros diverte-se com os deuses e com as pessoas que fere. Sua panóplia é normalmente composta de
EROS  ( PICCADILLY  CIRCUS , LONDRES )
tochas, da lira, da aljava, do arco, de flechas com pontas de ouro e de chumbo e de uma venda que usa para cobrir os olhos (o amor é cego) ao dispará-las. Carrega nas mãos um globo terrestre, emblema do seu poder universal. Eros é, como tal, pulsão fundamental do ser, força que mantém a  coesão interna do universo ao promover o complexio oppositorum, a união dos opostos. Neste sentido, se opõe a Thanatos, deus da morte, a força que desintegra.

Eros era companheiro de Hipnos (o merecido descanso depois das
POTHOS
lides amorosas), deus do sono, embora muitas vezes entrassem em conflito, não permitindo Eros que este atuasse, pois abrasados de paixão os parceiros por ele envolvidos não dormem.  Às vezes, Pothos, o deus da saudade, também lhe facilitava o trabalho, ao não permitir que Hipnos, o deus do sono, atuasse, pois saudosos também não dormimos. Quando vem com a lira nas mãos, Eros transtorna os corações e a inteligência. Simbolicamente, os gregos colocaram nos céus como Sagitta as flechas envenenadas que a atrevida divindade dispara.

Uma quarta versão, defendida por Eratosthenes, nos informa que Sagitta foi parar nos céus como lembrança de um feito de Apolo relacionado com a morte de seu filho Asclépio. Antigo discípulo do
ERATOSTHENES
centauro Kiron, Asclépio, como deus-médico, progrediu tanto na arte médica que chegava a ressuscitar os mortos. Plutão queixou-se a Zeus, alegando que a persistir Asclépio nessa prática ninguém, isto é, alma alguma, baixaria mais ao seu reino, o Hades. Zeus atendeu o irmão e fulminou Asclépio com a sua mais poderosa arma, o raio. Irritadíssimo, em represália, Apolo liquidou a flechadas os  gigantescos Cíclopes, que haviam fornecido a Zeus as armas com as quais ele se assenhoreara do universo, destruindo os seus adversários. 


A flecha é arma que fere de longe, sendo expressão, segundo a Psicanálise, de um “sadismo fálico”. Presente em todas as culturas, a flecha tanto se associa aos raios do Sol como à caça e, portanto,
KAMA
à morte. Para as flechas, não passamos de alvos. Elas nos colocam numa situação passiva. Os hindus veem na constelação de Sagitta tanto as flechas do deus Rudra como as do deus Kama. O primeiro era uma divindade ligada às tempestades, enviando flechas que traziam doenças; sob seu aspecto benevolente, com o nome de Shankara, envia doces raios. Kama, como sabemos, é o equivalente hindu do Eros, deus do prazer. Os egípcios tinham uma deusa representada com um cabeça de leoa, Sekmet, associada aos tórridos ventos do deserto, que enviava flechas que atravessam os corações.     


SÃO SEBASTIÃO
( BOTTICELLI )


No Cristianismo, dentre os santos que têm relação com flechas, encontramos são Sebastião, o mais ligado ao tema. Sabemos que ele foi transpassado por inúmeras flechas disparadas por seu antigos companheiros das legiões romanas quando descobriram que ele se convertera. A história nos conta que os arqueiros o deram como morto, mas seus ferimentos foram curados pela viúva de outro mártir, são Castulo. Sabedor do fato, o imperador Diocleciano ordenou que Sebastião fosse surrado até morrer. O emblema de são Sebastião é a flecha. 


Os astrólogos cristãos da Idade Média, todavia, não viram flechas em Sagitta, mas, sim, cravos, que lembravam para eles a crucificação de Cristo. Conforme a imagística cristã, foram usados três cravos na crucificação, um para os pés cruzados e um para cada uma das mãos (pulsos). Estes cravos, desde o fim da
ARMA   CHRISTI
baixa Idade Média, passaram a fazer parte daquilo que no período barroco tomou o nome de Arma Christi, o conjunto de objetos ligados ao sofrimento de Cristo e à sua morte na cruz. Estes instrumentos eram considerados poderosas armas para combater o pecado e extirpar da alma humana todas as raízes do mal pela sua simples contemplação. Além dos cravos, faziam parte das Arma Christi a própria cruz, o martelo, a tenaz, o chicote, a lança, um bastão guarnecido de uma esponja na sua extremidade, a coroa de espinhos e uma mão, que esbofeteara Jesus no curso de sua paixão. As Arma Christi, no século XVIII, eram presas como berloques a rosários com a finalidade de lembrar o caminho de Cristo em direção da cruz.


CRAVO
A flor do craveiro, o cravo, é um símbolo botânico das peças metálicas, grandes pregos com cabeça quadrangular, usadas na crucificação de Cristo. O nome, devido à forma que tem, se estendeu ao botão da flor do craveiro-da-Índia, seco ao Sol, mundialmente usado como condimento e do qual se extrai um óleo riquíssimo, muito usado em farmácia, perfumaria e odontologia. 




A constelação Sagitta estende-se de 17º de Capricórnio a 9º de Aquário, não se mencionando em particular nenhuma estrela que a compõe. Ptolomeu viu nela influências saturninas e venusianas, estas bem mais moderadas. A tradição astrológica praticamente a desconsidera.





SERPENS deve seu nome à mitologia grega, a única tradição que parece tê-la estudado. Esta constelação é registrada por Ptolomeu, que lhe dá o nome de “A Serpente do Portador da Serpente”, uma clara referência a Hércules e ao episódio da sua vida, na infância, quando segurou e esmigalhou as serpentes que Hera havia enviado para matá-lo. Serpens tem nos céus uma configuração linear, ereta, da metade para cima, como se alguém a estivesse agarrando e impedindo os seus naturais movimentos. 





Outra tradição, porém, entende que Serpens tem a ver com Glauco, filho de Minos e de Pasífae, reis de Creta. Ainda menino, Glauco,
CURETES
ao perseguir um rato, caiu num tonel de mel e se afogou. Minos procurou desesperadamente alguém que pudesse trazer de novo o menino à vida. Em Creta, vivia uma tribo de demônios guerreiros, os Curetes, que haviam protegido Zeus recém-nascido e que, possuindo poderes mágicos, tinham o dom da adivinhação. Eles revelaram a Minos que havia dentre todos os sábios e magos da ilha um que teria esse poder. Minos reuniu todos os indicados pelos Curetes, não só de Creta como de toda a Grécia. Disseram também os Curetes que o homem que ressuscitaria Glauco deveria saber explicar porque  uma vaca do rebanho real mudava de cor três vezes ao dia. De branca passava a vermelha e de vermelha a preta, recomeçando o ciclo no dia seguinte. 

Reunida a assembleia de sábios e magos, feita a pergunta, e depois de muitos tentarem explicar a questão lançada, quando as esperanças estavam quase perdidas, apresentou-se Poliídio (em grego, o que tem muitas características, formas). Por parte do pai, Cérano, Poliídio, nascido em Corinto, descendia de Melampo (o de pés negros), um dos maiores adivinhos (mantis) da Grécia, famoso porque era capaz de interpretar os sons produzidos pelas aves e
AMORAS
pelos animais. Além do mais, Poliídio era profundo conhecedor de ervas mágicas e medicinais e, como médico, purificava os doentes e lhes restituía a saúde. Poliídio tomou a palavra e disse que a vaca em questão era como a amoreira, cujo fruto de branco passa a vermelho e, quando maduro, fica preto. 

Minos, muito contente com a explicação, pediu-lhe então que ressuscitasse o filho. Poliídio fechou-se com o menino numa sala do palácio quando viu uma serpente se aproximar do corpo inerte do menino. Incontinente, matou-a. Logo, porém, uma outra serpente se aproximou daquela que Poliídio matara. Vendo-a, retirou-se prontamente, mas logo retornou com uma erva presa na boca. Esfregando-a com a boca, de onde saía uma secreção parecida saliva, na serpente morta, logo a viu se reanimar, retornando à vida. Poliídio apossou-se da erva mágica e esfregando-a no corpo do menino o ressuscitou. Minos ordenou a Poliídio que ensinasse ao filho a arte de ressuscitar os mortos antes de voltar à Grécia. Poliídio, sob a pressão real, assim o fez, mas no momento em que estava para embarcar de volta ao seu país, chamou o jovem discípulo e, cuspindo-lhe na boca, retirou o poder mágico que lhe havia transmitido.  

A amora, como sabemos, em muitas tradições é um fruto ligado à imortalidade. No oriente, tem relação com o equinócio da
OLIVEIRA
primavera. Por isso, nos palácios, ao lado dos portões que se abrem na direção do leste (oriente), plantam-se oliveiras para simbolizar o ciclo vital como um eterno retorno. Ovídio, o grande poeta latino, nos conta que os frutos da amoreira eram primitivamente brancos, mas se tornaram vermelhos e depois negros quando dois amantes famosos, Píramo e Thisbe, que se encontravam sempre à sombra de amoreiras, no auge da paixão, se suicidaram.



THISBE   E   PÍRAMO

Há várias versões sobre a história dos dois amantes. A mais aceitável é a de que eles encontravam forte resistência familiar para proclamar a sua paixão. Encontravam-se às escondidas. Grávida, muito infeliz, cheia de temores, Thisbe se enforcou. Encontrando-a, Píramo, diante do cadáver da amante, se suicidou com um punhal. Tudo isto aconteceu diante de amoreiras, até então brancas, que se tornaram vermelhas à vista de tanto sangue derramado. Compadecidos, os deuses transformaram Thisbe numa fonte e Píramo num rio, misturando-se assim as águas de ambos. 

No mundo cristão europeu (povos de língua inglesa), há uma tradição que faz da amora um fruto maldito, pois Satan, quando expulso do céu pelo arcanjo Miguel, teria caído na Terra sobre uma

amoreira, amaldiçoando-a. Isto teria acontecido num determinado dia, fixado depois em 11 de Outubro. Nesta data é também celebrada uma festa, Old Michaelmas Day. Segundo a lenda, amoras não devem ser colhidas nesse dia, por sua ligação com Satan e, naturalmente, com a serpente, um dos seus maiores símbolos. A referida festa é também conhecida como a Festa dos Santos Miguel, Gabriel, Uriel e Rafael ou Festa dos Arcanjos. 
                                                              
Curiosidade: BlackBerry (amora, baga negra) é o nome de uma empresa canadense que desde a década de 1990 fabrica equipamentos de telecomunicações. Os aparelhos BlackBerry, em Outubro de 2011, em todo o mundo, sofreram uma pane (a maior já registrada, talvez) que, praticamente, interrompeu as comunicações entre os mercados mundiais, afetando demais as transações de todas as Bolsas de Valores. O nome BlackBerry está ligado também a uma síndrome a que, dentre outros nomes, os norte-americanos denominam de BlackBerry Thumb Syndrome, um neologismo criado para designar males físicos (polegar) causados por gestos repetitivos (pressão de botões ou teclas) que podem afetar a mão e o pulso. 

ILUSTRAÇÃO   MEDIEVAL
Serpens estende-se de 13º Escorpião a 15º de Capricórnio, tendo suas estrelas, segundo Ptolomeu, a natureza de Saturno e de Marte. A principal estrela de Serpens é Ununkalhai (Unk al Hayya, o pescoço da serpente), a 21º de Escorpião, também conhecida como Cor Serpentis. De um modo geral, esta estrela dificulta relações, há risco de intrigas, problemas na vida doméstica, saúde física e mental afetadas. 






TRIANGULUM é uma das poucas constelações cujo desenho
PHAENOMENA
reproduz um objeto inanimado. A mais antiga referência a ela, entre os gregos, parece ser de Aratos, em sua obra Phaenomena (As Coisas que Aparecem). Poeta do período helenístico da história grega, tendo vivido em Pella, capital da Macedônia, Aratos se interessou por temas astronômicos e médicos. Ele registrou essa pequena constelação, ao sul de Andrômeda, às margens da Via Láctea, sob o nome pelo qual era então conhecida, Deltoton, tendo por base a letra 
d, delta dos gregos. 

Inicialmente representada a constelação por uma forma triangular equilátera, tomou ela depois a forma escalena. Para Hiparco e Ptolomeu, a denominação foi a de Trigonon. Os romanos deram-lhe o nome de Deltorum. Os astrólogos judeus chamaram-na Shalish, a partir da forma de um antigo instrumento musical com três cordas, de forma triangular, mencionado no Livro de Samuel. No século XVII, entretanto, alguns astrônomos, associando-a ao Egito, à foz rio Nilo, passaram a chamá-la de Nili Domum. 


SICÍLIA
No século XVIII, por sua forma triangular, semelhante à da ilha da Sicília, esta constelação recebeu também o nome grego de Trinakria (três pontas). Conforme está na Odisseia, a Trinakria era do deus Hélios, cujos rebanhos eram lá apascentados por suas filhas. Com a perda de status de Hélio, divindade não olímpica, a ilha foi dada por Zeus a Deméter, Ceres para os romanos. 

GIUSEPPE   PIAZZI
Foi na Sicília, no século XVIII, que o grande astrônomo Giuseppe Piazzi, apoiado pelo rei Ferdinando de Nápoles, da dinastia dos Bourbon, no observatório de Palermo, por ele construído, descobriu, no primeiro dia do ano do novo século (1º de janeiro de 1.801) o asteroide ao qual se deu o nome de Ceres Ferdinandea
OBSERVATÓRIO  DE  PALERMO
(este último nome, por pressão da comunidade científica europeia, foi retirado, chamando-se simplesmente, desde então, o maior asteroide até hoje descoberto de Ceres). Astrologicamente,  Ceres, como se sabe, juntamente com Vesta, o segundo maior asteroide do céu, descoberto em 1807, são corregentes do signo de Virgem.   

TRIANGULUM
A principal estrela de Triangulum tem o nome de Caput Trianguli, cuja magnitude, inferior à da estrela beta, é de 3.6, não tendo ela nenhuma importância astrológica. Essa estrela foi chamada pelos árabes pelo nome de Ras al Muthallath O renome de que gozou esta constelação se deve sobretudo a poetas, arquitetos, matemáticos, geômetras e construtores pela semelhança que sua forma apresenta com a foz do rio Nilo e com a ilha da Sicília.