O ser humano, desde que está na Terra, sempre percebeu que tanto a sua vida pessoal como a das sociedades que procurava organizar estavam ligadas a determinados acontecimentos celestes. No decorrer dos milênios, notaram-se coincidências entre esses acontecimentos e certos ciclos pelos quais passavam o planeta Terra e as pessoas que neles viviam agrupadas, ciclos não só biológicos, demográficos ou climáticos como políticos, econômicos e sociais.
Dentre os astros que circulam, do ponto de vista da Terra, à sua volta, o Sol e a Lua são obviamente os mais importantes para o estudo de tais acontecimentos. Em nome de um discutível espírito científico, que se mostra hoje cada vez mais incapaz de proporcionar o bem-estar dos seres humanos e a sua convivência, o estudo destas relações céu-terra, principalmente para averiguação de algumas questões tão importantes como as espirituais e as psicológicas, foi rejeitado. Nos tempos modernos, sob a acusação de anticientífica, a partir do séc. XVIII, a astrologia, que estudava tais relações, foi expulsa oficialmente das academias.
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COPÉRNICO |
Atualmente, muitos dos mais empedernidos inimigos da astrologia, apoiados no que chamam de pensamento racional, mas no geral profundamente ignorantes dos seus princípios e alcance, continuam na mesma batida, considerando-a, além de anticientífica, uma forma de inadmissível superstição quando não de engodo, para iludir crédulos ou donas de casa infelizes (ainda as há,
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DARWIN |
sim!). Apologistas do pensamento racional, não percebem eles que (só para ficarmos com o mais evidente) Copérnico, Darwin e Freud já nos mostraram o quanto o comportamento do ser humano é pouco ou mesmo nada racional.
A astrologia trabalha principalmente com símbolos e analogias, algo muito difícil de ser entendido por pessoas que se acham puramente racionais; no fundo, sem que o saibam, fazem parte daquele mundo positivista, dependentes dos velhos princípios da lógica aristotélica, o da não contradição, o da identidade e o da exclusão. Ao contrário da análise, útil, sem dúvida, que opera na direção da separação, do individual, a analogia, ao contrário, aponta para a união, para a aproximação, para o social. O pensamento analógico é, por natureza, muito mais rico que o analítico, porque nos faz ver relações onde aparentemente elas não existem. A analogia permite que possamos perceber, sob vários aspectos, semelhanças entre seres, coisas e noções essencialmente diferentes.
Quando, por exemplo, pensamos em economia política e filosofia, não podemos esquecer que foi um autêntico taurino, o judeu Karl
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MARX |
Marx, quem melhor falou da degradação humana a que conduz o poder do dinheiro na sociedade capitalista. Depois de ter apresentado sua tese universitária sobre Epicuro (filosofia do prazer), dedicou-se Marx ao jornalismo e à atividade política. Deixou uma doutrina que a maior parte dos economistas ocidentais considera hoje ultrapassada, segundo a qual o movimento da História e a evolução das sociedades pode ser explicada pelas realidades econômicas.
As relações entre o signo de Touro, Israel e o dinheiro são um fato. Ao associar simbolicamente os valores do dinheiro e da boca, que a psicanálise freudiana (outro judeu) explicaria depois, a astrologia
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SIGNO DE TOURO |
nos revela que os nascidos pelo Sol ou pela hora (ascendente) sob a influência do signo de Touro têm a sua vida, em grande parte, relacionada com conceitos de construção, investimento, lucro, avaliação, acumulação, praticidade, recursos, recompensa, remuneração etc., ou, se quisermos, com o mundo do dinheiro e com tudo o que com ele se relacione, direta ou indiretamente, inclusive a avareza e a usura. Realista e prático, o taurino é dotado geralmente de um aparelho sensorial muito desenvolvido; os verbos ter, possuir, acrescentar, acumular, lucrar e somar são verbos que qualquer taurino sente muito prazer em conjugar.
Uma das aproximações mais interessantes que podemos fazer no sentido acima apontado é assim a estreita ligação do povo judeu com o signo astrológico de Touro. A moderna Israel, como se sabe, “nasceu” a 14 de maio de 1948, mês taurino, o segundo da primavera, que no mundo natural corresponde à criação de formas, à exaltação da vida material, tudo relacionado, além do que já se disse, com ideias de massa, abundância, peso, estabilidade e força.
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CARTA ASTROLÓGICA DE ISRAEL |
Não é por acaso que quando Israel nasceu em 1948, cinco planetas ocupavam os signos de Touro e de Leão, exatamente os mais ligados ao mundo das finanças. Na configuração do mapa, o Sol, em Touro, recebe um quincúncio de Júpiter. Este aspecto pode indicar sucesso na obtenção de apoio e ajuda, quando necessário, no caso dinheiro e armas da Diáspora (judeus no exterior e, principalmente, nos USA, que tem uma população judaica praticamente igual à de Israel). Este aspecto, contudo, exige sempre um comportamento, ético, honesto, para com os outros, pois a "sorte"poderá mudar. Este aspecto indica também uma forte tendência para excessos e desmedidas no plano das ações, por um fazer mais que o necessário. Pela quadratura Sol-Marte, este último um significador de guerras e conflitos (regente noturno do signo de Escorpião, o mundo árabe), muito presentes também possibilidades de que Israel jamais encontre a paz, a não ser que use as virtudes de seu ascendente libriano, já que Libra é o signo da arte, da diplomacia e da paz. Acrescente-se que o Sol não recebe nenhum aspecto favorável, sempre um significador, no caso, de isolamento.
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MOISÉS E O DECÁLOGO |
Desde os tempos muito remotos, o povo de Israel apresenta significativas relações com o bovídeo taurino. Moisés, ao descer do monte Sinai, encontrou o seu povo adorando um bezerro de ouro, eguel ha-zahav, em hebraico. A história religiosa de Israel nos revela que Moisés fora ao Sinai para receber o Decálogo. Na volta, enfureceu-se, quebrando as duas tábuas do Decálogo. Aarão, irmão de Moisés e de Miriam, foi o responsável pela construção do bezerro de ouro, em última instância a substituição da vida espiritual pela vida material.
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BEZERRO DE OURO |
Embora Aarão tenha apresentado uma justificativa para a construção dessa imagem bovídea, a tradição judaica sempre
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AARÃO |
considerou como o pior, dentre todos os pecados, o da adoração do bezerro de ouro. Todo o sofrimento do povo de Israel bem como o exílio dos tempos posteriores a esse acontecimento podem ser atribuídos a esse pecado, que está nas origens da antiga nação judaica. Segundo consta da mesma tradição, o pecado da adoração do bezerro de ouro foi instigado por uma multidão não-israelita infiltrada quando o povo ficou à espera do retorno de Moisés. Foi essa multidão que desencaminhou os israelitas, muito deprimidos pela longa demora do seu patriarca que subira ao Sinai para conversar com Deus. Embora muito irritado, Moisés puniu os pecadores e obteve o perdão de Deus para os israelitas.
Considerado na antiga Pérsia como um dos primeiros seres criados,
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MITRA |
associado ao deus Mitra e no Egito ao deus Apis, o touro sempre foi considerado como um deus da fecundação, da fertilidade e também da destruição por sua ação tempestuosa. Nos cultos asiáticos, inclusive na Índia, representava, ao lado da vaca, o céu na sua ação tanto fecundante como destrutiva sobre a Terra. Os termos sânscritos vrisha ou vrishabha tanto designavam o melhor, o príncipe, o primeiro, como se relacionavam com ideias de abundância e fecundidade. Não era por acaso que as mulheres se sentavam sobre uma pele do animal para se tornarem férteis.
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APIS |
Javé, a grande divindade dos judeus, que se manifestava sobretudo tempestuosamente nos céus, apresentou estreitas relações com a suprema divindade dos fenícios, El, deus-pai também de natureza
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DEUS LEVA ENOCH |
celeste, representado por um touro. Enoch, personagem bíblico, pai de Matusalém, que se transformou nos céus no anjo Metatron, descreveu a seu filho a visão que teve da criação humanidade, ao mesmo tempo filha e esposa do Senhor Supremo sob os traços de um touro divino. Estas mesmas imagens aparecem também na antiga Grécia, quando Zeus toma a forma taurina para reafirmar, perante os deuses e humanos, o poder celeste. No antigo Egito, quando o faraó Menes unificou o país, ele o fez, principalmente, em nome do deus Apis, unindo-se desde então os cultos taurino e real numa síntese que vai se espalhar por todo mundo antigo, atravessando os séculos.
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O BEZERRO DE OURO DE JEREBOÃO ( NICHOLAS POUSSIN ) |
Ainda com relação aos judeus, não podemos esquecer a história de Jereboão, rei rebelde que fundou um reino ao norte em Israel. Ele introduziu o culto de dois bezerros de ouro para impedir que as pessoas se dirigissem a Jerusalém em peregrinação. Por isso, segundo a tradição, foi condenado por ter induzido o povo de seu reino ao pecado, um pecado que nenhum arrependimento jamais poderia redimir. Deus, porém, com toda a sua magnanimidade, segundo uma versão registrada, mesmo assim, lhe ofereceu um lugar no Jardim do Éden. O rebelde Jereboão, todavia, recusou a oferenda divina, porque no Éden o rei David ocuparia uma posição de maior status que a dele.
Entre os judeus, Touro é Iyar, formado pela letra Vav. O órgão humano que no simbolismo cósmico judaico corresponde a este
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VAV |
signo é o rim direito, que, segundo o Talmud, é a fonte de bons pensamentos. A tribo com ele relacionada é a de Issakar, a que se dedica ao estudo da Torá. Issakar, no Gênesis, é chamado de asno forte, bom para o trabalho penoso. Noutra passagem (Reis, cap. I), o mês do signo é chamado de Ziv, brilhante, devido ao aumento do poder solar, que nele se torna mais intenso, ou seja, no mês de maio, o auge da primavera. A mesma ideia de luz, de brilho, é encontrada na designação Ohr, usada pelos babilônicos.
A tribo de Issakar, que trabalhava arduamente com a Torá, era a detentora do conhecimento que conciliava os calendários solar e
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TORÁ |
lunar e que estabelecia o início de cada mês lunar. Lembremos que o calendário judaico é lunar e o ano, por isso, pode conter doze ou treze meses lunares, começando cada um deles com a Lua nova. Segundo a tradição judaica, quando da criação do mundo, os luminares eram iguais em luz, mas como não poderia haver essa igualdade, a luz da Lua foi diminuída. A Lua simboliza o povo de Israel, cuja sorte oscila como ela. A luz da Lua voltará a se igualar à do Sol no final dos tempos, quando da vinda do Messias. Por isso, eclipses lunares são aziagos para os judeus, pois quando a Lua míngua as forças do mal crescem. Dormir à luz da Lua é sempre perigoso por causa da ação de forças demoníacas femininas, diz a tradição judaica.
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CALENDÁRIO LUNAR |
O signo de Iyar está relacionado, num primeiro momento, com o temor. A palavra temor em hebraico tem as mesmas letras do signo. O temor de Deus deve nascer logo neste signo porque ele é um pré-requisito para o recebimento da Torá, como nela se estabelece: O temor dos céus é o começo da sabedoria. Astrólogos judeus dizem também que o mês do signo é auspicioso para curas já que a primeira causa das doenças está no consumo de alimentos impróprios e depois numa digestão e assimilação deficientes. Foi durante este mês, no seu décimo quinto dia, numa Lua cheia, que os judeus, vagando pelo deserto com Moisés, começaram a comer o maná, o pão dos céus, chamado de o alimento dos anjos. O maná foi uma espécie de orvalho que alimentou os judeus durante o êxodo. O maná foi produzido ao crepúsculo do sexto dia da Criação e é o alimento dos justos e dos anjos do céu. Era totalmente assimilado pelo corpo, não deixando resíduos que tivessem que passar pelo sistema digestivo, tendo o sabor que as pessoas quisessem.
A astrologia judaica nos diz que o elemento de Iyar é a terra, significando isto que o elemento do signo anterior, fogo, entendido espiritualmente, deve no signo que lhe segue procurar um foco, uma objetivação, algo tangível, concreto. Negativamente, as energias de Iyar se manifestam na esfera do desejo, quando os judeus, no deserto, reclamaram a Moisés a falta de carne para comer. Foi durante este mês que eles, no deserto do Sinai, manifestaram também fortes desejos de conforto e relaxamento. Lembram os judeus que o elemento terra é, energeticamente, o de menor vibração. Este comportamento, manifestado no Sinai, dizem os astrólogos, tem relação direta com a natureza teimosa e rebelde do touro.
Em oposição aos signos de Nissan e de Iyar estão os de Tishrei (Libra) e Heshvan (Escorpião), que caracterizam as tribos de outros dois irmãos, Manassé e Efraim. A tribo de Heshvan tem relação com o olfato, entendido, simbolicamente, como discernimento intuitivo. O episódio que deu origem à interpretação do olfato desta maneira está no episódio bíblico que tem como personagens José, o pai dos dois mencionados irmãos, e da mulher de Putifar, oficial egípcio, uma história cheia de elementos taurinos.
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MULHER DE PUTIFAR ( REMBRANDT) |
José é filho do patriarca Jacó e de sua esposa preferida, Raquel, sempre considerado como o modelo do homem justo e probo (tsadik), que é protegido do mal por Deus e cujos descendentes não são afetados pelo mau-olhado. Dez de seus irmãos tramaram matá- lo, jogando-o num poço cheio de serpentes e de escorpiões. Conseguiu escapar, mas acabou sendo vendido como escravo a Putifar. Lá, conseguiu resistir bravamente ao assédio da mulher de Putifar, Zuleika, porque o pai lhe apareceu em sonhos e salvou-o da tentação. Desde então, todos os membros da tribo de Hashvan adquiriram esse discernimento que pode ser usado não só em questões de sexo, mas em todas as outras da vida material. Esse discernimento se traduz pela pureza das intenções, de pensamentos e sobretudo pelo temor divino. Na Bíblia, em muitas passagens, o sentido do olfato aparece sempre associado à santidade, à pureza e ao discernimento. O nariz, como o olho, é um símbolo de clarividência e da perspicácia, mais intuitivamente que racionalmente.
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JOSÉ SENDO VENDIDO POR SEUS IRMÃOS (FIEDRICH OVERBECK)
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Entre os judeus, José é o sexto dos seus sete pastores (Abraão,
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DAVID |
Isaac, Jacó, Moisés, Aarão, José e David). Estes sete pastores correspondem aos sete atributos: graça, poder, beleza, vitória, glória, fundação e realeza. O nome de José está ligado entre os judeus a ideias de fecundidade e beleza. Etimologicamente, José (Joseph), significa juntar (yasoph) e reunir e apagar (asoph). Raquel, a mãe de José, diz Deus apagou a minha vergonha, ao dar à luz, depois de estéril por muito tempo. O ph, ao final de José, indica um vivo movimento de libertação (oph quer dizer voar) e soph traduz uma ideia de limite, de fim de uma realização.
José, por seus méritos de oniromante, demonstrados na prisão, foi chamado à presença do faraó. Interpretou para ele um sonho que ele tivera e que ninguém explicava: ele sonhara com sete vacas gordas, com sete vacas magras, com sete espigas de trigo cheias e com sete espigas de trigo secas, queimadas pelo vento. José explicou ao faraó as suas visões: sete anos de grande abundância viriam para o Egito; a eles seguir-se-iam sete anos de fome. José propôs ao faraó a administração do problema do seguinte modo: conservar os níveis dos silos reais de modo que quando chegasse o tempo das vacas magras ou das espigas secas, eles estivessem cheios para que o povo não passasse fome.
Satisfeito com a resposta, o faraó nomeou José como vizir, dando-lhe o nome de Safenath-Peneah (Deus disse: ele viverá). Aos 30 anos, recebeu como esposa Asenath, que lhe deu dois filhos,
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JOSÉ E SEUS IRMÃOS |
Menassé (Aquele que esquece) e Efraim (O fecundo). Durante os sete anos de abundância, ele poupou o trigo de tal modo (sem que o povo passasse fome) que, no período das vacas magras, o Egito era o único país do mundo de então a não ter problemas com a escassez de alimentos. Muita gente, por isso, se dirigiu ao Egito em busca do trigo. José então abriu entrepostos para a venda do trigo excedente, ganhando o país muito dinheiro. Iniciadas as vendas, dentre os primeiros a buscar o alimento, estavam os seus irmãos (que o haviam aprisionado no poço e depois vendido como escravo), vindos do país de Canaã. José não revelou quem era e os irmãos pagaram com muito sacrifício pelo alimento. Retornando, os irmãos encontraram o dinheiro que haviam gasto, devolvido secretamente por José.
Numa segunda visita ao Egito, os irmãos de José foram denunciados por um roubo que não haviam cometido. José mandou chamá-los e revelando-se e lhes pediu que fossem buscar Jacó, o pai de todos, e com ele viessem a se instalar no Egito, em Goshen, a leste do vale do Nilo (Gênese, 45, 1). Jacó, ao receber a notícia, gritou: Meu filho José ainda vive; quero partir e vê-lo antes de morrer. Antes de morrer, Jacó perfilhou seus netos, os filhos de José (Menassé e Efraim), e os abençoou. José morreu com 110 anos, depois de ter obtido dos irmãos, ao morrer, a promessa de que seus ossos seriam levados com eles para onde fossem. Tal aconteceu efetivamente, encarregando-se Moisés de fazê-lo. A conclusão da história de José, segundo a Bíblia é a de que Deus, algumas vezes, transforma as piores ações em boas ações (Gênese, 45. 5-8).
É interessante notar que a astrologia sempre associou o mundo árabe a Escorpião, signo astrológico oposto e complementar ao de Touro. Ambos semitas, descendentes de Sem, filho de Noé, judeus e árabes, pelas conhecidas razões histórico-econômico-religiosas (Deus mandou que Abraão, o primeiro dos patriarcas judeus, tomasse posse de uma terra que já tinha dono), vêm ao longo dos séculos se batendo numa luta fratricida. Nos tempos modernos, mais uma vez as coincidências astrológicas continuam a se impor: os ataques israelenses aos árabes têm características nitidamente “taurinas” (pesados, maciços, violentos) enquanto os dos árabes aos israelenses são de inspiração “escorpiana” (tocaia, oportunismo, surpresa).
A profunda relação que há entre judeus e árabes poderá ser
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ABRAÃO DESPEDE-SE DE HAGAR E ISMAEL |
constatada também se recolhermos da Bíblia (Gênese) a história do nascimento de Ismael, o filho que Abraão teve com a sua segunda esposa, Agar. Conforme o texto bíblico, porque estéril, Sara, a primeira mulher de Abraão, lhe sugeriu que tomasse por esposa Agar, sua escrava egípcia. Tudo se passou em Ur, na Mesopotâmia. Pelas leis mesopotâmicas, Ismael, o filho nascido da relação, deveria ser considerado como o herdeiro natural de Abraão. Anos depois, segundo o mesmo texto bíblico, já na velhice avançada Abraão e Sara, esta tornada milagrosamente fértil, geraram um filho, Isaac. Logo surgiram conflitos entre Ismael e Isaac. Sara pediu a Abraão que expulsasse Agar e seu filho para que Ismael nada pudesse reivindicar quanto à herança paterna. Consultado por Abraão, como está na Bíblia, Deus apoiou a expulsão de Agar e de Ismael e confirmou que tornaria Isaac o patriarca de uma grande nação, a judaica, e que a descendência de Ismael constituiria também uma outra nação (árabes).
Os maiores “templos” do dinheiro no mundo moderno são, como todos sabem, as bolsas de valores. O mais importante desses “templos”, também como é do conhecimento geral, é o de New
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TOURO DIANTE DA BOLSA DE NOVA YORK |
York, no qual a presença do capital judaico é muito significativa. Pois bem, mais uma vez aqui uma notável “coincidência”: diante da Bolsa de NY encontra-se um “bezerro de ouro”, ou seja, a escultura de um bovídeo, de mais ou menos 3,5 toneladas, que tem papel importante no mercado ações. Quando o mercado está em alta, vendedor, ele é simbolizado pelo touro; se em baixa, é representado pelo urso. Esta interpretação simbólica foi criada analogicamente: o touro, quando ataca, arremete levantando a cabeça, de baixo para cima. Já o urso, ao contrário, ataca com a cabeça voltada para baixo. É a isto que os norte-americanos dão o nome, respectivamente, de Bull Market ou Bear Market. Os aplicadores na bolsa de New York costumam esfregar com as mãos os chifres, o focinho e os escrotos do touro, Charging Bull, para atrair a sorte. Daí o adjetivo bullish, muito usado por eles, com o significado de esperançoso e confiante.
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GOLEM |
Uma das artes secretas que mais atraiu os judeus, durante toda a Idade Média e depois, foi a alquimia, principalmente no seu aspecto exotérico, que buscava, em laboratório, um meio de transformar metais não-preciosos em ouro. Um dos mais famosos sábios cabalistas, Judá Loew Ben Bezalel, a quem se creditava a criação do famoso Golem de Praga, no séc. XVI, era citado como um dos que haviam tido sucesso nessa busca.
Diante do que está acima, não é de se estranhar que um judeu,Sigmund Freud (Sol em Touro, ascendente em Escorpião, de onde lhe veio o impulso para vasculhar o mundo ctônico, governado pelo deus Plutão-Hades)), tenha colocado o tema da oralidade como um dos pontos mais altos de sua teoria psicanalítica. A astrologia, lembre-se, sempre associou o signo de Touro à boca, tanto um órgão ligado à alimentação, como à fala, à sexualidade e ao sopro vital,
Na astrologia, a boca tem ligações profundas com o seio materno, sempre um símbolo de abundância. Inseparável do leite materno, o seio evoca proteção, segurança, fartura, satisfação, saciação. Abertura inicial do tubo digestivo, a boca sugere incorporação, sucção, que o beijo entre dois amantes tão bem representa.
Por oralidade, segundo Freud, devemos entender a primeira fase da evolução libidinal, caracterizada pelo fato do lactente encontrar
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A SEGURANÇA |
prazer na alimentação, na atividade da boca e dos lábios. O prazer de sugar acaba tornando-se uma atividade auto-erótica, de forte conotação sexual. Pela boca, nós (a criança) nos tranquilizamos, deixamos de sofrer, de ter fome. Comer, incorporar, pois, cada vez mais para não sofrer. Possessividade, ciúme do pai, que é “dono” daquela fonte de prazer e segurança. Na criança, essa fase se liga à sua relação com o seio da mãe. Primeiro, ela suga (satisfação); depois, a frustração quando ele é retirado. Da sucção, a criança passa a uma fase sádica (sádico-oral), na qual entram a mordida, o desejo de arrancar o seio, de devorá-lo.
O taurino, como já se disse, é, no geral, um instintivo oral. Ele costuma se defender contra os perigos da vida pela posse, traduzido
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DORIVAL CAYMMI |
geralmente pela busca do conforto e do seu bem-estar material. Por trás de tudo isso estará, com maior ou menor intensidade, de acordo com a dominante de sua personalidade (fogo, ar, água ou terra), o atendimento do que os seus poderosos sentidos reclamam. Muitos taurinos quando não podem alimentar o seu
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FREUD |
complexo oral pela via materna, procuram os seus equivalentes simbólicos, até com paixão, através dos seus cinco sentidos. É no mundo natural (Mãe Natureza) que estão os seus maiores prazeres, nos pomares, no cheiro das frutas, no verde dos campos, no mar, nas praias e areias, em rios, lagos, nas paisagens montanhosas, todos substitutivos da figura materna. Não é por acaso que um taurino típico como Dorival Caymmi deixou num de seus versos que é doce morrer no mar e que Freud tinha como um de seus prazeres máximos (o único?) o charuto, que ele fumava, ou melhor, mamava gostosamente, do qual, como disse, nunca se afastaria. Mais uma coincidência taurina: Freud, como sabemos, um taurino como poucos, teve que se submeter a dezenas de operações na região bucal.